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sábado, 20 de julho de 2019

Geopolítica Atual do Sudeste Asiático


Mesmo com o final da Guerra do Vietnã , o Sudeste Asiático , especialmente os países da Península da Indochina , continuou politicamente instável , com inúmeros conflitos armados. Na Camboja, o regime do Khmer Vermelho, organização guerrilheira que chegou ao poder em 1975 - praticou um verdadeiro massacre da população . Cerca de 2.500.000 cambojanos ( mais de um terço do total de habitantes do país) foram assassinados pelas tropas do Khmer Vermelho por não se submeterem ao novo regime ou por não se adaptarem ao novo estilo de vida, voltado inteiramente para as atividades no campo. Em 1979, POL POT - chefe de governo do Khmer Vermelho - foi deposto por um golpe de rebeldes , cambojanos auxiliados pelo Vietnã , que enviou tropas para derrotar a guerrilha e sustentar o novo governo ao poder. As tropas vietnamitas só deixaram o país em 1989. Depois de muitas dificuldades internas, o Camboja começou a se reconstruir . A ONU , através da Apronuc - Autoridade Provisória das Nações Unidas no Camboja -, conseguiu desarmar a maior parte dos partidos políticos rivais . Com o seu auxílio , realizaram-se as eleições livres e pacíficas em 1993 , fato que poderia representar o início da reconstrução político- econômica do país. O Vietnã , por sua vez, tornou-se a grande potência militar dessa região asiática , e tomou parte em diversos conflitos com os países vizinhos. Além dos conflitos no Camboja, o exército vietnamita , a Tailândia e Laos. Mas, apesar da intensa militarização , o país apresentou uma grande fragilidade econômica :

• Cerca de um terço da população vietnamita encontrava-se desempregada. 

• O nível da agricultura era baixíssimo. 

• Existiu uma situação generalizada de fome e subnutrição no país;

• A burocracia , a corrupção e ineficiência administrativa eram enormes. 

Diante desses problemas , o Vietnã decidiu definir uma política econômica de abertura para os países mais desenvolvidos , seja fazendo acordos com as multinacionais para adquirir a tecnologia ocidental , seja aprovando leis para atrair os empresários estrangeiros , isto é , para que estabeleçam filiais das multinacionais  no país. Assim, em 1993, iniciaram-se importantes negociações comerciais com a França e, em 1994, os Estados Unidos declararam o fim do embargo comercial americano , um passo extremamente importante para a recuperação econômica do país. Certamente, alguns anos seriam necessários para o Vietnã reverter o seu frágil quadro econômico , responsável pelo baixo padrão de vida da população . Mas os investimentos japoneses tinham sido intensos neste país nos anos 90 e, a partir de 1994, começaram a entrar os investimentos norte americanos . Por esse motivo o Vietnã foi visto quase como Malásia e Cingapura , ou seja, um candidato a "tigre asiático" . Do ponto de vista político , porém , o regime ainda não havia sido alterado. O Sudeste Asiático , portanto, continuava sendo uma região de intensa disputa tanto militar como econômica. O Vietnã , que era o país mais militarizado da região , foi o principal ponto de apoio de soviético e ainda incomodava seus vizinhos em especial a China. Já os Estados Unidos tinha como aliados a Indonésia, as Filipinas e a Tailândia, embora que estivessem crescendo os investimentos de capitais norte americanos na China e , mais recentemente , no Vietnã. A China , país que faz fronteira com o Vietnã e o Laos , procurava igualmente exercer influência na região. E o Japão ,  a segunda potência econômica do globo (e com intensa disputa comercial e tecnológica com os Estados Unidos ), procurava ampliar a sua influência no Sudeste Asiático. Economicamente , o Sudeste Asiático não era tão importante como o Oriente Médio e o Extremo Oriente. Não existiam aí importantes jazidas de minérios básicos (petróleo , urânio , etc.) , bem como nenhum país industrializado e tecnologicamente desenvolvido . Contudo, a posição geográfica dessa área era muito importante para a navegação internacional. O Sudeste Asiático era um ponto de passagem obrigatório das rotas marítimas que unem contra Extremo Oriente - especialmente o Japão - à Europa ocidental ou ao Oriente Médio. 


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