Saiba Mais

Translate

sexta-feira, 5 de julho de 2019

O Império do Café


Desde o início do século XIX , a Inglaterra pressionava as autoridades brasileiras para extinguirem o tráfico  negreiro e a escravidão. A potência britânica procurava ampliar seus mercados consumidores, tanto na América quanto na África , frequentadas pelos traficantes luso-brasileiros. A influência brasileira na costa africana era tão grande que um dos itens do acordo que levou Portugal a reconhecer a independência de sua ex-colônia exigia que o Brasil não incorporasse Angola aos seus domínios imperiais.  Os dirigentes angolanos , envolvidos no tráfico , desejavam integrar-se ao Império Brasileiro e separar-se de Portugal. Ao longo de todo o século XIX , tal anseio foi sempre manifestado , contrariando os interesses portugueses e ingleses. A Independência não alterou as estruturas econômicas , mantendo a plantation característica do período colonial e a participação do país como exportador de matérias-primas e gêneros agrícolas, e consumidor de produtos industrializados. Havia séculos que a sociedade estruturara-se em torno do escravismo e o tráfico constituía uma das atividades mais rentáveis do Brasil . Formado com a função de manter a escravidão, o Estado monárquico teria de enfrentar seu maior impasse : promover o fim do escravismo e buscar alternativas para o problema da mão-de-obra. Além do controle do aparelho de Estado , a elite do Centro-Sul  favoreceu do desenvolvimento da atividade cafeeira , empregando escravos africanos. Produção essencialmente doméstica até o final do século XVIII,  café passou a ser uma cultura comercial na década de 1820 na região do Vale do Paraíba , entre São Paulo e Rio de Janeiro. Em 1831, o produto já figurava como líder nas exportações , suplantando o açúcar , o fumo e o algodão.

Anuncios