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sábado, 6 de julho de 2019

Crônica : Nossa Língua Brasileira


Fui dar um passeio por Rondônia. Lá pelas tantas , comecei a perceber que não estava entendendo a conversa do povo. Eu, que falo o português do centro-oeste mineiro, achei toada na fala da região. Cheguei numa beira de porto  e pus sentido na prosa em redor. Decorei alguma coisa, que divido com o leitor. [...] Eis meu relato:

O regatão saltou do alvarenga onde estava morcegando e berrou :

-Açaí, cajarana , cupuaçu e pupunha! Loção contra carapanã, mucuim , mutuca e pium . Vai levar, patrão? [...] Procurei um táxi , mas desanimei ao ouvir o informante dizer :

- Aqui, BK é só pra quem tá bamburrado. Tu tá?

E saiu rindo , apontando para mim e falando:

-Brabo aqui vai de catraia! [...]

Logo que pude , abri buraqueira (fugi) para não ser forçado a fazer uso de uma assistência (ambulância) com destino a um hospício ; nem para ser submetido a um baculejo (revista policial). Claro! Do jeito qe fiquei, talvez pensassem que eu estava bodado (maluco) [...]. Logo eu, que sou tão virado (trabalhador)! É uma faceta (epa!) da nossa língua... brasileira ou portuguesa?

-Wilson Liberato, in jornal "O Pergaminho", 21/10/2000 .

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