Fui dar um passeio por Rondônia. Lá pelas tantas , comecei a perceber que não estava entendendo a conversa do povo. Eu, que falo o português do centro-oeste mineiro, achei toada na fala da região. Cheguei numa beira de porto e pus sentido na prosa em redor. Decorei alguma coisa, que divido com o leitor. [...] Eis meu relato:
O regatão saltou do alvarenga onde estava morcegando e berrou :
-Açaí, cajarana , cupuaçu e pupunha! Loção contra carapanã, mucuim , mutuca e pium . Vai levar, patrão? [...] Procurei um táxi , mas desanimei ao ouvir o informante dizer :
- Aqui, BK é só pra quem tá bamburrado. Tu tá?
E saiu rindo , apontando para mim e falando:
-Brabo aqui vai de catraia! [...]
Logo que pude , abri buraqueira (fugi) para não ser forçado a fazer uso de uma assistência (ambulância) com destino a um hospício ; nem para ser submetido a um baculejo (revista policial). Claro! Do jeito qe fiquei, talvez pensassem que eu estava bodado (maluco) [...]. Logo eu, que sou tão virado (trabalhador)! É uma faceta (epa!) da nossa língua... brasileira ou portuguesa?
-Wilson Liberato, in jornal "O Pergaminho", 21/10/2000 .