Na Inglaterra , a agricultura tornara-se um empresa capitalista , isto é , produzia para um mercado , e não mais para a subsistência. A terra , aos poucos , foi se livrando das obrigações tradicionais e tornando-se algo que podia ser comprado , vendido , enfim , comercializado. Invenções , como melhores arados , ceifeiras , grandes ancinhos puxados por cavalos e debulhadoras, aumentavam a produtividade e diminuíam a quantidade de mão-de-obra necessária para produzir alimentos e matérias-primas. Aliado aos cercamentos , esse processo acabou liberando grandes contingentes de trabalhadores para a indústria. Além disso , os grandes suprimentos de carvão e ferro do país tinham dados aos ingleses uma longa tradição de metalurgia e mineração. Outro fator foi a abundância de capitais acumulados no decorrer da Idade Moderna por mercadores prósperos e senhores de terras que faziam empréstimos para investimento a juros baixos. Ao mesmo tempo, prosperavam as sociedades anônimas , empresas às quais grande número de pessoas associava seus capitais sem assumir responsabilidade individual por todas as dívidas e mantendo o direito de transferir suas ações sem consentimento de outros acionistas. Eram empresas compostas de inúmeras pessoas unidas para fins comerciais. Seus associados tinham segurança, expondo a riscos somente o montante real de seu estoque , e não todos os fundos por eles possuídos. Em 1844, após aproximadamente um século de progresso industrial , a Inglaterra contava com quase mil dessas companhias. Por fim , o Estado burguês , estabelecido pela Revolução Gloriosa, proporcionava lei, ordem e proteção privada , auxiliando na industrialização.