Na análise do processo histórico-social que acabamos de fazer , vimos que o trabalho quase se transformou no oposto daquilo que poderia ser para um indivíduo. Ou seja , o trabalho - possibilidade de liberdade e realização - tornou-se sinônimo de frustração, submissão e sofrimento. Essa é a ideia que grande parte das pessoas tem acerca do trabalho, porque , de fato, é dessa forma que ele se apresenta para determinadas classes sociais. O trabalho é tido unicamente como um meio de sobrevivência , como algo penoso pelo qual todos têm de passar , pois "quem não trabalha não come". Em vista do que vimos aqui , podemos nos questionar : é realmente o trabalho uma categoria fundamental para ser humano? Ou seja , é por meio do trabalho que o ser humano se auto constrói? Não há como responder negativamente a essa questão. Mas então voltamos à nossa pergunta inicial : o que é o trabalho? Será apenas o que uma ordem econômica exploradora reconhece como trabalho? Se o que recusamos é a forma como ele se apresenta - o trabalho forçado, aquele que significa privação e não realização das nossas capacidades - será possível alcançarmos uma forma mais livre de trabalho?