A reflexão ética na Idade Contemporânea (séculos XIX e XX) desdobrou-se em uma série de concepções distintas acerca do que seja a moral e sua fundamentação . Seu ponto comum é a recusa de uma fundamentação exterior , transcendental para a moralidade , centrando no indivíduo concreto a origem dos valores e das normas morais. Um dos primeiros passos na formulação de uma ética do indivíduo concreto foi dado por Hegel , em sua crítica ao formalismo de Kant. Como diversos autores contemporâneos , o filósofo alemão Friederich Hegel (1770-1831) questionou o formalismo da ética kantiana. Para ele , ao não levar em consideração a história e a relação do indivíduo com a sociedade , a ética de Kant não apreende os conflitos reais existentes nas decisões morais. Kant teria considerado a moral apenas como uma questão pessoas , íntima e subjetiva , na qual o sujeito tem que se decidir entre suas inclinações (desejos, medos etc.) e sua razão. De acordo com Hegel , portanto , a moralidade assume conteúdos diferenciados ao longo da história das sociedades, e a vontade individual seria apenas um dos elementos da vida ética de uma sociedade em seu conjunto. A moral seria o resultado da relação entre o indivíduo e o conjunto social. E em cada momento histórico se manifestaria tanto nos códigos normativos como, implicitamente , na cultural e nas instituições sociais. Desse modo, Hegel vinculou a ética à história e à sociedade. A desconstrução seria , portanto, uma análise que pretende mostrar :
¤como se dá a construção de certas noções - por exemplo, o conceito de razão e os valores a ele associados ;
¤como depois essas noções passam a ter função predominante na cultural ocidental ;
¤ E, por último, como elas podem ser usadas como forma de dominação.