¤João Da Cruz e Sousa
Cruz e Sousa era conhecido como o "Cisne Negro" de nosso simbolismo , seu "arcanjo rebelde" , seu "esteta sofredor", seu "divino mestre" . Procurava na arte a transfiguração da dor de viver e de enfrentar os duros contrastes provocados pelas discriminações sociais. Alguns críticos viam no artista o poeta negro fechado em sua "torre de marfim" , obcecado pela cor branca e alheio às questões que lhe diziam respeito diretamente , como por exemplo o Abolicionismo. No entanto, com o passar do tempo, foi reconhecido como o grande mestre do Simbolismo brasileiro , pela dimensão cósmica de sua obra - em que aparecem os pobres e deserdados - e pela grandeza da visão transcendental com que procura poeticamente redimir as limitações da condição humana. O poeta transfigurou para uma dimensão metafísica a Dor , a Morte , o Mistério , o inferno e o Infinito, alguns dos grandes temas aos quais se dedicou. Obras principais : Missal , Broquéis (1893) ; Evocações (1898), Faróis (1900) , Últimos Sonetos (1905).
¤João da Cruz e Sousa (1861-1898)
¤ Era negro e filho de escravos . Nasceu em Desterro (atual Florianópolis) e faleceu aos 37 anos , devido à doença que lhe marcou a vida - a tuberculose . Considerado grande poeta do Simbolismo, permaneceu , no entanto, incompreendido pela crítica , só tendo seu valor reconhecido após a morte.