Como vimos anteriormente , a indução , ou raciocínio indutivo , vai do particular para o geral. As conclusões indutivas são produzidas , assim, pelo seguinte processo mental : partindo de percepções repetidas que nos chegam da experiência sensorial , saltamos para uma conclusão geral , da qual não temos experiência sensorial. Hume argumentou que a conclusão indutiva , por maior que seja o número de percepções repetidas do mesmo fato, não possui fundamento lógico . Será sempre um salto do raciocínio impulsionado pela crença ou hábito , isto é , as reiteradas percepções de um fato nos levam a confiar em que aquilo que se repetiu até hoje irá se repetir amanhã. Assim, por exemplo, cremos que o Sol nascerá amanhã porque até hoje ele sempre nasceu. Mas , em termos lógicos , nada pode garantir essa certeza. Para Hume , somente o raciocínio dedutivo utilizado na matemática fundamenta-se em uma lógica racional:
"As proposições deste gênero podem descobrir-se pela simples operação do pensamento e não dependem de algo existente em alguma parte do universo. Embora nunca tenha havido na natureza um círculo ou um triângulo , as verdades demonstradas por Euclides conservarão sempre sua certeza e evidência." (Investigação acerca do entendimento humano, p. 77).