Assim, se consciência moral e liberdade estão intimamente relacionadas , só tem sentido julgar moralmente a ação de uma pessoa se essa ação foi praticada em liberdade. Quando não se tem escolha (liberdade), quando se é coagido a praticar uma ação , é impossível decidir entre o bem e o mal (consciência moral). A decisão , nesse caso, é impossível pelas forças coativas , isto é , que determinam uma conduta . Exemplo : tendo o filho sequestrado , o pai cumpre ordens do sequestrador . Sua ação está determinada pela coação do criminoso. Quando, porém , estamos livres para escolher entre esta ou aquela ação e fazemos uma escolha , tornamo-nos responsáveis pelo que praticamento e podemos ser julgados moralmente por isso. Observemos que o termo responsabilidade vem do latim , "responder" , e significa estar em condições de responder pelos atos praticados , isto é , de justificá-los e assumi-los . É essa responsabilidade , enfim, que pode ser julgada pela consciência moral do próprio indivíduo ou do seu grupo social.
domingo, 31 de março de 2019
Liberdade E Responsabilidade
Os Filósofos Árabes
Antes da descoberta das obras de Aristóteles em grego, os europeus só conheciam uma pequena parcela de seu pensamento. E o que conheciam vinha de traduções e comentários feitos pelos filósofos árabes , como Avicena (980-1037) e Averróis (1126-1198) . Foi por meio deles que suas obras de física , metafísica e ética chegaram à Europa. Os árabes entraram em contato com o pensamento aristotélico a partir do século VI , quando iniciaram uma série de guerras religiosas para difundir o islamismo. Primeiro conquistaram parte do Oriente , onde entraram em contato com a cultura grega , que influenciava essas regiões desde as conquistas de Alexandre Magno. Depois , em 711, dominaram parte da península Ibérica e , a partir dessa região, passaram a exercer uma influência notável sobre vários setores da cultura europeia , tanto na arquitetura como na literatura , nas ciências e na filosofia.
A Reprodução E Adaptação - Peixes
Muitos peixes apresentam dimorfismo sexual , pois machos e fêmeas mostram diferenças externas bem visíveis , especialmente quanto ao tamanho e à forma do corpo e de algumas nadadeiras. Na grande maioria dos osteíctios , a fecundação é externa. Na época da reprodução, os peixes de rios , adultos, sobem as correntes (piracema); nas cabeceiras de águas limpas e bem oxigenadas , as fêmeas a desova no cascalho do fundo. Os machos lançam o esperma sobre esses ovos , fecundando-os. Desenvolvem-se então as pequenas larvas , os alevinos. Os invertebrados aquáticos geralmente se encontram em equilíbrio osmótico , ou isotonia , com o ambiente . Nos vertebrados , no entanto, a concentração de sais no sangue se mantém constante , independentemente da água do meio , o que chamamos de capacidade de osmorregulação. O animal em ambiente aquático hipertônico tem uma contínua perda de água , por osmose ; já em ambiente hipotônico , ao contrário, a tendência é uma contínua absorção de água. Como esses animais fazem a osmorregulação? Os peixes ósseos marinhos bebem água com 3,5% de sais e eliminam o excesso desses sais pela atividade de células especiais das brânquias , através de um mecanismo de transporte ativo. Apesar de os rins também contribuírem para expulsar os sais, a urina deles , ainda assim, é reduzida e concentrada. Nos peixes ósseos dulcícolas (água doce), ao contrário , a concentração do sangue é mais alta do que a do meio, pois eles conseguem absorver sais pelas brânquias, através de transporte ativo. Seus rins têm boa capacidade de filtração e eliminam uma urina abundante e diluída. Não bebem água , pois ela entra constantemente , por osmose , através das mucosas que estão em contato permanente com a água do meio.
Jung : Inconsciente Coletivo
O médico psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (1875-1961) foi, durante algum tempo , um colaborador de Freud e admirador de suas teorias. Mas os dois discordavam sobre diversas questões. Freud opunha-se , por exemplo, ao interesse de Jung pelas religiões , enquanto este discordava da importância que seu colega dava ao impulso sexual e aos traumas ligados à repressão na infância. As divergências levaram a um rompimento entre eles , e Jung desenvolveu sua própria linha de pensamento: a psicologia analítica. Para Jung , a vida psíquica muitos outros elementos , e seria um reducionismo interpretar a maioria de seus eventos como manifestações de caráter sexual. Embora a libido seja também importante na teoria junguiana , ela é entendida como uma energia vital mais ampla e neutra , vinculada não apenas ao sexo, no sentido estrito da palavra . Jung concluiu que se tratava de imagens primordiais. Segundo ele , essas imagens primordiais constituem os pensamentos (e sentimentos) mais antigos , gerais e profundos da humanidade , possuindo vida própria e independente. Teriam , portanto , um caráter impessoal e universal. ¤ Reducionismo - tendência a reduzir as explicações sobre fenômenos complexos a seus termos mais simples , tidos como mais fundamentais ou banais ; geralmente se refere ao reducionismo materialista-mecanicista (tudo é reduzido à matéria e às leis físico-químicas).
Moral e Liberdade
Pode parecer estranho vincular a ideia de norma moral à ideia de liberdade , você não acha? Mas podemos explicar essa relação. Preste atenção. A consciência talvez seja a melhor característica que distingue o ser humano dos outros animais. Ela permite o desenvolvimento do saber e da racionalidade , que se empenha em separar o falso do verdadeiro. Além dessa consciência racional , lógica, o ser humano possui também consciência moral , isto é , a faculdade de observar a própria conduta e formular juízos sobre os atos passados , presentes e as intenções futuras . E, depois de julgar , tem condições de escolher , entre as circunstâncias possíveis , seu próprio caminho na vida . A possibilidade que cada indivíduo tem de escolher seu caminho, de construir sua maneira de ser e sua história , chamamos liberdade.
Antiguidade : Ética Grega
A preocupação com os problemas éticos teve início de forma mais sistematizada na época de Sócrates , filósofo também conhecido como "o pai da moral". Vejamos o que disseram os principais filósofos gregos desse período sobre essa questão:
¤Os sofistas afirmavam que não existem normas e verdades universalmente válidas. Tinham, portanto, uma concepção ética relativista ou subjetivista.
¤ Ao contrário dos sofistas , Sócrates sustentou a existência de um saber universalmente válido, que decorre do conhecimento da essência humana , a partir da qual de pode conceber a fundamentação de uma moral universal. E o que é essencial no ser humano? Sua alma racional. O ser humano é , essencialmente , razão . E é na razão que se devem , portanto , fundamentar as normas e costumes morais. Por isso , dizemos que a ética socrática é racionalista. O indivíduo que age conforme a razão corretamente.
¤Platão desenvolveu o racionalismo ético iniciado por Sócrates , aprofundando a diferença entre corpo e alma. Argumentava que o corpo , por ser a sede dos desejos e paixões , muitas vezes desvia o indivíduo de seu caminho para o bem. Assim, defendeu a necessidade de purificação do mundo matéria para alcançar a ideia de bem. Segundo Platão, o ser humano não consegue caminhar em busca da perfeição agindo sozinho. Necessita , portanto, da sociedade , da pólis. No plano ético, o indivíduo bom é também o bom cidadão.
¤ Depois do período clássico grego, o estoicismo desenvolveu uma ética baseada na procura da paz interior e no autocontrole individual, fora dos contornos da vida política. Assim, o princípio da ética estoica é a apatia (apatheia), atitude de aceitação de tudo o que acontece , e o amor ao destino ( amor fati) , porque tudo faria parte de um plano superior guiado por uma razão universal que a tudo abrangeria. Desse modo atingia-se a ataraxia , ou impertubabilidade da alma.
¤ A ética do epicurismo , de forma semelhante , defendia a atitude de desvio da dor e procura do prazer espiritual , do autodomínio e a paz de espírito (ataraxia).
Direito Divino de Governar
Na Idade Média , com o desenvolvimento do cristianismo e o esfacelamento do império romano, a Igreja consolidou-se , primeiramente , como um poder extra político. Santo Agostinho , por exemplo, separava a Cidade de Deus - a comunidade cristã - da cidade dos homens - a comunidade política. Mas depois, ao longo da Idade Média e em parte da Idade Moderna , ocorreu uma aliança entre o poder eclesiástico e o poder político . E como a Igreja Católica entendia que todo poder pertence a Deus , surgiu a ideia de que os governantes seriam representantes de Deus na Terra. O rei passou, então , a ter o direito divino de governar. Assim, embora a relação entre o poder temporal dos reis e o poder espiritual da Igreja tenha sido um grande problema durante a Idade Média , de forma geral persistiu o elo entre a ideia do governante como representante de Deus , bem como a ideia de monarquia como a forma política mais natural e adequada à realização do bem comum. No entanto, as principais formulações teóricas em defesa do direito divino dos reis surgiriam somente na época moderna , propostas por Jacques Bossuet (1627 - 1704) e Jean Bodin .
Filosofia Da Ciência
Essas e outras discussões levaram ao surgimento de um campo de reflexão sobre a ciência e seus métodos : a epistemologia ou filosofia da ciência (aqui usamos as duas expressões como sinônimas , embora seja possível fazer uma distinção entre elas , como observamos no quadro sinótico II, no final da unidade 1). O tema geral da filosofia da ciência é o desenvolvimento da reflexão crítica sobre os fundamentos do saber científico . Esse tema geral desdobra-se em uma série de questões , tais como:
¤ estudo do método de investigação científica ;
¤ classificação da ciência ;
¤ natureza das teorias científicas e sua capacidade de explicar a realidade;
¤ papel da ciência e sua utilização na sociedade.
A epistemologia destacou-se como ramo da filosofia no final do século XIX, a partir de uma polêmica entre os pensadores ingleses William Whewell (1794-1866) e John Stuart Mill (1806-1873) sobre o papel do método indutivo na ciência.
Renascimento Em Portugal
O Renascimento inicia-se em Portugal no ano de 1527 , quando Francisco de Sá de Miranda , retornando de uma viagem à Itália, empreende a divulgação do Classicismo - o dolce stil nuovo. A data convencional para o término do movimento é o ano de 1580 , quando Portugal passa ao domínio espanhol. Como em todos os países , insistimos , o Cassicismo renascentista português convive com características medievais , evidentes mesmo nas obras dos principais autores . Por outro lado , muito cedo se fazem sentir os prenúncios do Barroco : a expressão poética de conflitos interiores, cada vez mais tensa , toma precário o equilíbrio clássico entre razão e emoção.
¤ O Dolce Stil Nuovo : Juntamente com a concepção da arte como imitação do mundo e da vida, Sá de Miranda e seus discípulos introduziram em Portugal as novas formas literárias criadas ou revitalizadas pelos renascentistas italianos. Entre elas , a mais importante é o soneto. A principal inovação, entretanto , ocorreu na métrica. Ao uso dos tradicionais versos redondilhos (5 e 7 sílabas), chamados pelos renascentistas de medida velha , preferiram o verso de dez sílabas , chamado de medida nova.
O Barroco - O Século XVII
A partir da terceira década do século XVI, a Reforma liderada por Lutero desfez a unidade religiosa européia e abalou o poder da Igreja Católica. A reação da Contra-Reforma , a partir do Concílio de Trento (1545 a 1563) , acentuou um embate ideológico que se estendeu por todo o século XVII , avançando , em alguns países , pelo século XVIII. Assim, ao mesmo tempo que assistimos à vitória do capitalismo mercantil em países como Holanda , Inglaterra e França , em outros como Espanha e Portugal, vemos a ação da Igreja Católica buscando um retorno à religiosidade medieval. Os conflitos e contradições entre ideais antropocêntricos e teocêntricos podem, segundo alguns , explicar o surgimento do estilo barroco na Espanha , na Itália e em Portugal. O barroco seria, portanto , a expressão, nas artes , da profunda crise ideológica e da multiplicidade de estados de espírito do homem seiscentista , dividido entre a razão e a fé , entre a mentalidade em expressão e os valores medievais defendidos pelo clero e pela nobreza.
sábado, 30 de março de 2019
A Arte Medieval
A arte medieval é essencialmente anti-naturalista e alegórica , ou seja, procura representar simbolicamente valores abstratos - a verdade revelada , a majestade de Deus e das autoridades terrenas que o representam , os dogmas , os símbolos religiosos. Ela pretende ensinar , sobretudo aos que não sabem ler. Não devemos , portanto , buscar fidelidade na representação do mundo real, principalmente na pintura produzida até o século XII (até o final do período românico). Nos séculos XIII-XIV (período gótico) , entretanto , o feudalismo entra em declínio , e a burguesia já aparece como classe social. A pintura , embora ainda bastante alegórica , adquire características mais realistas : as figuras tornam-se menos solenes , hieráticas ; o espaço ganha uma certa profundidade ; volumes ficam mais acentuados pelos contrastes de luz e cor e pela gradação de tonalidades. ¤Alegoria - É a representação de entidades abstratas por meio de imagens concretas. O elemento material funciona como revestimento que , ao mesmo tempo, oculta e revela o aspecto ideal. A alegoria é o conjunto da representação (seja qual for, texto literário, teatro, dança , pintura , carro de carnaval ...) e cada uma de suas partes deve ser interpretada em relação à totalidade.
Funções Da Literatura
Para Quintana , a "necessidade da recriação das coisas em imagens" é um mistério . Por que o homem tem tal necessidade da poesia e da ficção, que vem , incansavelmente , há milênios , produzindo e lendo obras literárias? Para ue serve a arte? Para que serve a literatura ? As respostas a essas perguntas variam com o tempo e com as pessoas. Evidentemente . A função de uma obra literária depende dos objetivos e das intenções do autor. Mas os leitores também têm maneiras diferentes de ler e são levados a abrir um livro por motivos diferentes. Alguns buscam na literatura apenas um divertimento sem grandes consequências para a vida ; outros , um instrumento da transformação e de aperfeiçoamento. Uns consideram a obra literária apenas um artefato estético, criado para a contemplação da beleza ; já outros esperam que seja um veículo de análise e de crítica em relação à sociedade e à vida.
¤ A obra literária pode ser um instrumento de fuga da realidade. Qualquer leitura que se faz como distração possui essa mesma função evasiva. Ao lermos, por exemplo, uma história de aventuras , fugimos de nossa vidinha monótona , sempre igual, e embarcamos em um navio pirata , lutamos ao lado de um super-herói, amamos belas mulheres... sonhamos.
¤ Certas épocas literárias são marcadas pela importância que os autores atribuem à perfeição formal de suas obras . Os temas passam para um segundo plano , só interessando a beleza estética . Quando isso ocorre , a literatura pode alienar-se da realidade. É o que chamamos de arte pela arte, característica frequentemente encontrada, por exemplo, no Parnasianismo, movimento literário do final do século XIX.
¤ O oposto da arte é a literatura engajada , de autores comprometidos com a defesa de idéias políticas , filosóficas ou religiosas. Quando limitam o trabalho criativo à retórica de convencimento , a obra reduz-se a um panfleto , mero instrumento de propaganda.
O Que é Literatura ?
A arte da literatura existe há alguns milênios. Entretanto , sua natureza e suas funções continuam objeto de discussão principalmente para os artistas , seus criadores , como vimos na crônica de Mário Quintana. A literatura , como qualquer outra arte , é uma criação humana , por isso sua definição constitui uma tarefa tão difícil. O homem, como ser histórico, tem anseios , necessidades e valores que se modificam constantemente. Suas criações - entre elas a literatura - refletem seu modo de ver a vida e de estar no mundo. Assim, ao longo da História, a literatura foi concebida de diferentes maneiras. Mesmo os limites entre o que é e o que não é literatura variaram com o tempo. Tentemos, portanto , a definição mais abrangente possível, que atenda à concepção da literatura em nosso tempo :
¤ Literatura é a arte que utiliza a palavra como matéria-prima de suas criações.
Utilizando as tintas que aplica sobre a tela, o pintor compõe cores e formas , ora em contraste , ora em harmonia. Essa nova interpretação da realidade - digamos , uma figura de mulher - está contida nos limites da tela e obedece a leis próprias , que são as convenções da pintura. De modo semelhante , o escritor utiliza as palavras para compor sua realidade nova , contida nos limites da linguagem , mas que mantém uma relação tensa com a vida , iluminando-a.
Principais Arquétipos (Filosofia)
Jung descreveu uma série de arquétipos . Entre eles estão aquelas imagens que se condensam em torno de experiências tão básicas e universais como o nascimento, a morte , a criança , a mãe , o velho sábio , o herói e Deus. Há outras , porém , que refletem a estrutura da própria psique , como a persona (a "máscara" que vestimos para enfrentar o mundo e conviver com a comunidade , incorporando suas expectativas ), a sombra (aquilo que não temos desejo de ser), a anima ( a imagem de mulher contida na psique de um homem) e o animus ( a imagem de homem contida na psique de uma mulher). Mas o arquétipo mais importante na teoria junguiana é o do self (o "si mesmo" , como vimos antes). Corresponde à imagem primordial da totalidade do ser , ou a essência de uma pessoa em conexão com uma dimensão maior. Transcendendo a consciência e a dimensão individual , o self conectaria a pessoa à família , à coletividade , ao planeta e aos cosmos. Assim, o self seria a "sabedoria" do organismo, no sentido de representar a intencionalidade , o propósito ou o sentido da vida de cada um.
Teoria dos Arquétipos
Jung também ampliou o conceito freudiano de inconsciente. Isso se deu a partir da observação , nos sonhos relatados por seus pacientes (e em seus próprios sonhos), da presença de diversas imagens "estranhas" , que não podiam ser associadas a nenhuma de suas experiências individuais , biográficas . Paralelamente , estudando as culturas dos povos antigos da Ásia , da África e da América pré-colombiana - especialmente o simbolismo de suas mitologias -, o psiquiatra percebeu que havia uma série de imagens que se repetiam nas mais variadas expressões culturais do planeta e coincidiam com as dos sonhos de seus pacientes. ¤Primordial : Relativo aos primórdios , isto é , às origens , á fase de surgimento ou de criação de algo ; mais antigo , primeiro original. Formulou , então, a tese de que existiria uma linguagem comum a todos os seres humanos de todos os tempos e lugares da Terra . Ela seria formada por essas imagens ou conteúdos simbólicos muito primitivos - chamados arquétipo , na teoria junguiana- que refletiriam algo como a "história evolutiva" de nossa espécie. Vividos de maneira não consciente por todas as pessoas , os arquétipo constituiriam um inconsciente coletivo, que pertenceria a toda a humanidade. Estrato mais profundo da psique humana , o inconsciente coletivo seria um conjunto de predisposições universais para perceber , pensar e agir de determinadas maneiras , mas que não se fecha para a criatividade. Ao contrário , constituiriam , para Jung , a base sobre a qual se assentam os grandes pensamentos e obras - primas da humanidade.
Protozoários Parasitas
Os protozoários podem ser parasitas extra ou intracelulares e , assim, apresentar ou não estruturas locomotoras. No interior das hemácias (caso do Plasmodium , da malária) , ou de células musculares (caso do Trypanosoma , da doença de Chagas), os parasitas não têm cílios ou flagelos. No entanto, quando no plasma sanguíneo , o Trypanosoma mostra ativa locomoção por meio de um longo flagelo. Nas espécies parasitas não são observados vacúolos contráteis e os alimentos são captados por absorção das substâncias orgânicas solúveis dos tecidos dos hospedeiros , não havendo, portanto , vacúolos digestivos. Há , no entanto, parasitas que ingerem partículas ou até células inteiras , como as hemácias humanas , através de pseudópodes , caso da Entamoeba Histolytica , uma ameba parasita intestinal. Outra característica de muitos parasitas são os cistos , células especiais de reprodução que suportam condições ambientais desfavoráveis , garantindo a transmissão de um hospedeiro para outro. São exemplos as amebas e as giárdias.
Estudando Estatística
Informações nos chegam das mais diversas fontes e possuem diferentes formas de apresentação. Rádio, televisão, revistas , jornais e internet são apenas alguns exemplos de veículos que diariamente nos trazem uma vasta quantidade e variedade de informações , sendo que muitas delas requerem um olhar mais atento para que possamos discernir o que realmente é verdade. Para exemplificar , na internet no dia 25 de junho de 2009 , dia do falecimento do cantor norte-americano Michael Jackson , ao procurar pelo nome do cantor , em um grande site de busca , foram encontradas cerca de 80 milhões de páginas. Uma semana depois , foram detectadas , por esse mesmo buscador , cerca de 100 milhões de páginas , ou seja , aproximadamente 20 milhões a mais. Tanto para um cientista que pesquisa novos medicamentos quanto para um estudante que utiliza internet como ferramenta de estudo , saber ler e interpretar gráficos , tabelas e esquemas , calcular medidas estatísticas e fazer inferências a partir desses elementos são habilidades importantes nos tempos atuais. A estatística é um ramo da Matemática que visa , entre outros , coletar, organizar e apresentar dados relacionados a algum fato ou acontecimento.
As Características do Gênero Lírico E As Características do Gênero Dramático
Na obra lírica um sujeito que chamamos eu-lírico , sujeito lírico , voz lírica ou voz poética exprime suas emoções. ( Por emoções entendemos todas as expectativas psíquicas : sejam os mais profundos sentimentos e sensações , sejam ainda as mais variadas reflexões e concepções de mundo.) Devido à intensidade da expressão, as obras líricas tendem a ser breves e a acentuar o ritmo e a musicalidade da linguagem. Em consequência , o gênero lírico realiza-se preferencialmente em forma de poema , isto é , em versos. É, dos três gêneros , o mais subjetivo. Na obra dramática os fatos são apresentados diretamente ao espectador , sem intermediários. Não é necessária a voz de um narrador como na obra narrativa. Pertencem ao gênero dramático as obras escritas em versos ou em prosa para a representação teatral. Assim, embora o texto possa ser objeto de leitura , sua realização plena como obra de arte só pode ocorrer no palco, onde cada personagem é representada por uma ator , que (re)vive o papel em cada novo espetáculo. Enquanto o tempo próprio da narrativa é o passado, o tempo da obra dramática é o presente. O discurso direto (fala da personagem sem intermediação de narrador ) e o diálogo são as formas básicas da linguagem dramática . É através do diálogo que ocorre o das personagens , realizando-se a característica essencial do gênero , que é o conflito.
Século XIX | Expansão do Capitalismo e os novos ideais e Progresso Técnico e Científico
Iniciemos nosso percurso neste capítulo analisando, como vimos fazendo , o contexto histórico em que se desenvolveu a reflexão filosófica do século XIX. De acordo com a periodização tradicional, considera-se a Revolução Francesa (1789-1799) o marco inicial da época contemporânea . Junto com ela , nasceram os ideais de liberdade , igualdade e fraternidade. Esse movimento político-social foi em grande parte liderado por grupos burgueses que , após obterem certa ascensão econômica , reivindicaram participação no poder político e na construção de um novo modelo de sociedade. No plano econômico , a partir de meados do século XVIII , o capitalismo foi se consolidando em diversos países da Europa ocidental e, mais tarde , em outras regiões do mundo. Esse processo de transformações , ao qual está vinculada a Revolução Industrial, atingiu amplos setores da economia : produção de manufaturas , agricultura , comércio , transportes etc. Como tendência geral , as antigas oficinas dos artesãos foram sendo substituídas pelas fábricas e novas máquinas tomaram o lugar de muitas ferramentas . Em lugar das tradicionais fontes de energia , como água , vento e força muscular , passou-se a utilizar também o carvão , a eletricidade e o petróleo. A todas essas inovações tecnológicas somaram-se muitas outras , ao longo do século XIX, como a utilização em larga escala do aço , a invenção da locomotiva elétrica , do motor a gasolina , do automóvel a diesel , do avião , do telégrafo , do telefone , da fotografia , do cinema e do rádio etc. O impacto dessas transformações ainda ecoa em nossos dias. Esses avanços ratificavam a confiança no poder da razão humana , gerada nos século anteriores , levando cada vez mais ao entusiasmo com a ideia de progresso da humanidade e à apologia da ciência como a principal condutora nesse caminho.
Iluminismo | A Razão Em Busca De Liberdade
A expansão capitalista dos séculos XVII e XVIII foi acompanhada pela crescente ascensão social da burguesia e sua tomada de consciência como classe social. Paralelamente , o racionalismo imperava na Europa , transmitindo a confiança de que a razão era principal instrumento do ser humano para enfrentar os desafios da vida e equacionar os problemas que o rodeavam. O desenvolvimento da Revolução Industrial e o sucesso da ciência em campos como a química , a física e a matemática inspiravam filósofos de todas as partes. Foi assim que surgiu talvez um novo mito : a ideia de progresso.
¤Revolução Industrial - Complexo de transformações socioeconômicas que alterou a vida de sociedades da Europa Ocidental e outras regiões do mundo a partir de meados do século XVIII e ao longo do século XIX.
Desse modo , disseminou-se a crença de que a razão , a ciência e a tecnologia tinham condições de impulsionar o trem da história em uma marcha contínua em direção à verdade e ao progresso humano. Paralelamente , desenvolveu-se um pensamento que culminaria no movimento cultural do século XVIII denominado Iluminismo, Ilustração ou Filosofia das Luzes.
sexta-feira, 29 de março de 2019
Principais Consequências Dos Descobrimentos Marítimos
As grandes viagens marítimas e o descobrimento de novas terras pelos europeus são ricos em consequências históricas. Entre elas , podemos destacar as seguintes:
1ª- Econômicas : No setor econômico , ocorreu grande aumento das atividades comerciais , o que levou ao enriquecimento da burguesia comercial. O eixo econômico , antes centrado no Mar Mediterrâneo , deslocou-se para o Oceano Atlântico. Iniciou-se a montagem dos sistema colonial de exploração.
2ª- Políticas: No plano político , as monarquias nacionais fortaleceram-se entrando num período de grandes concorrência e rivalidade pela disputa das terras recém- descobertas. As nações pioneiras das viagens marítimas (Portugal e Espanha) formaram grandes impérios coloniais.
3ª- Culturais: Os descobrimentos marítimos colocaram os europeus em contato com povos de outras culturas. descoberta de novas terras e de novas gentes exerceu impacto sobre a mentalidade européia , que procurou acomodar esses novos elementos à sua cultura. Na América , os conquistadores espanhóis entraram em choque com avançadas civilizações , como a dos astecas , a dos maias e a dos incas .
A Teoria Econômica da Burguesia
Os valores do Iluminismo também se manifestaram na teoria econômica , através da escola fisiocrática , representada por François Quesnay , e do liberalismo econômico , representado por Adam Smith . Quesnay era contrário à intervenção do Estado na vida econômica e propunha a valorização da agricultura . Smith também criticava a intervenção do Estado na vida econômica e propunha a valorização da agricultura . Smith também criticava a intervenção do Estado na vida econômica , propondo que a economia deveria ser guiada pelo jogo livre da oferta e da procura (laissez-faire).
Os Fundamentos do Iluminismo
A ideologia iluminista é um produto das aspirações burguesas , que se desenvolvem no final dos séculos XVII e XIII . Entre as idéias básicas defendidas pelo Iluminismo , destacam-se : racionalismo , combate ao absolutismo , combate ao mercantilismo e combate ao poderio da Igreja. Importantes valores do Iluminismo , como igualdade , tolerância , liberdade e propriedade , estão ligados ao desenvolvimento do comércio.
Inglaterra
Na Inglaterra o absolutismo teve início com o rei Henrique VII (1485-1509) , fundador da Dinastia dos Tudor , que assumiu o poder quando terminava uma longa guerra entre diferentes grupos da nobreza (Guerra das Duas Rosas - 1455-1485) . O país encontrava-se enfraquecido pela guerra e a burguesia apoiava Henrique VII , na esperança de vê-lo conduzir a nação à tranquilidade política. Tendo como base esse apoio da burguesia , os sucessores de Henrique VII ampliaram os poderes da monarquia e diminuíram os poderes do Parlamento Inglês.No reinado da rainha ELIZABETH (1558-16030 , o absolutismo monárquico inglês fortaleceu-se ainda mais. Entre os principados acontecimentos do reinado de Elisabeth , podemos destacar os seguintes:
1ª- Consolidação da Igreja Anglicana;
2ª- Início da Expansão Marítima Inglesa;
3ª- Ataques a navios espanhóis carregados de ouro e de prata vindos das Américas:
4ª- Guerra contra a Espanha de Filipe II. A Inglaterra conseguiu derrotar a "Invencível Armada" espanhola.
Com a morte de Elizabeth (1603), chegou ao fim da Dinastia Tudor. Como a rainha não deixou descendentes diretos , o trono coube a seu primo Jaime , rei da Escócia , que se tronou soberano dos dois países , com o título de Jaime I. Iniciou-se , com Jaime I (1603-1625), a Dinastia dos Stuart , dando prosseguimento ao absolutismo monárquico inglês.
Origens do Parlamento Inglês
O Parlamento Inglês tem suas originais no século XIII , quando os barões , os cavaleiros e os mercadores ricos das cidades uniram-se contra o aumento dos tributos declarados pelo rei João Sem-Terra (1199-1216). Como resultado dessa união , o rei foi obrigado a assinar , em 1215, um documento conhecido como Magna Carta . Esse documento limitava o poder real , estabelecendo , por exemplo:
- Criação de um Comitê de Vigilância composto por 25 barões , que seriam os Guardiões da Lei.
- que o rei estava proibido de lançar tributos sem consultar o Grande Conselho do Reino , composto por condes , barões e sacerdotes;
- que nenhum homem livre seria preso , antes de ser devidamente julgado.
Esse Grande Conselho do Reino recebeu o nome de Parlamento o nome de Parlamento durante o reinado de Henrique III (1216-12720 , quando assumiu poderes legislativos. Por volta de 1350 , o Parlamento dividiu-se em duas câmaras:
-Câmara de Lordes : Composta por bispos , abades e nobres ;
-Câmara dos Comuns: Composta por cavaleiros das zonas rurais , por mercadores bem sucedidos etc.
O Absolutismo Monárquico
A concentração total de poderes nas mãos dos reis passou a ser denominada absolutismo monárquico . Diversas teorias surgiram para tentar justificar o absolutismo . Entre essas teorias , citam-se a de Jean Bodin e a de Jacques Bossuet , que defendiam a origem divina do poder real , e a de Thomas Hobbes , que dizia ser o Estado um Leviatã , especialmente criado para acabar com o caos e a anarquia da sociedade primitiva. Em Portugal , a burguesia ajudou D. João , o Mestre de Avis , a conquistar o poder . A vitória da Revolução de Avis , em 1383, representou a vitória da classe mercantil, que iria patrocinar os descobrimentos marítimos. A Espanha conheceu , em 149 , a unificação política , com o casamento da rainha Isabel , de Castela , com o rei Fernando , de Aragão . Unificado , o reino espanhol reuniu forças para completar a expulsão dos árabes e , com a ajuda da burguesa , lançar-se às grandes navegações marítimas. Na França , o longo processo de centralização do poder monárquico atingiu seu ponto culminante com Luís XIV (1661-1715) . Conhecido com o Rei Sol , a ele atribui-se a célebre frase : L'État c' est moi" (O Estado Sou Eu). Na Inglaterra , o absolutismo teve início com Henrique VII (1485-1509) , que , apoiado pela burguesia , ampliou os poderes monárquicos , diminuindo os poderes do Parlamento. No reinado da rainha Elisabeth (1558-1603) , o absolutismo monárquico foi fortalecido , tendo início a expansão marítima inglesa , com a colonização da América do Norte.
O Renascimento Nas Artes E Nas Ciências
No setor artístico , o Renascimento foi marcado por uma nova sensibilidade . Os artistas , inspirados na Antiguidade , desenvolveram trabalhos em que procuraram alcançar o equilíbrio , a elegância e a harmonia . Procurando capotar a realidade do mundo , os pintores aperfeiçoaram a técnica da perspectiva . Ao lado dos temas religiosos , a arte explorava emas do cotidiano. O corpo humano era exaltado na escultura e na pintura. Orgulhosos de suas realizações , os artistas passaram a assinar suas obras , abandonando a postura humilde do anonimato medieval . O artista tornou-se individualista , não mais escondendo o orgulho que possuía do seu próprio talento. No setor científico , o Renascimento caracterizou-se por uma atitude crítica e racionalista . O sábio não era quem acreditava em tudo pela fé , mas aquele que tinha a perseverança e a coragem de desvendar a realidade pelo uso da razão. O conhecimento científico devia resultar de experiências concretas , baseadas em cuidadosas observações na Natureza . Era preciso medir , provar , submeter o mundo a métodos de análise racionais . Entregando-se a diversos ramos de saber, o homem renascentista assumiu uma concepção universalista do conhecimento.
A Obra Política de Maquiavel
Nicolau Maquiavel (1469-1527) , nascido em Florença , foi um político ativo e hábil diplomata que defendeu a unidade italiana . Considerado um precursor da teoria política moderna, Maquiavel pregou a existência de um Estado dirigido de modo absoluto , em que os fins justificam os meios. Em sua célebre obra "O Príncipe" , Maquiavel caracterizou esse Estado forte sob o comando de um Príncipe dotado de inteligência e de inflexibilidade na direção dos negócios públicos. Expondo com grande franqueza e objetividade suas idéias políticas , Maquiavel deu astutos conselhos aos príncipes , rompendo com a religiosidade medieval e separando a moral individual da moral pública . Do nome Maquiavel surgiu o adjetivo maquiavélico , que tem o sentido figurado de pessoa astuta , ardilosa , matreira.
Vejamos algumas frases extraídas da obra "O Príncipe" , de Maquiavel :
1ª- O homem que queira em tudo agir como bom acabará arruinando-se em meio a tantos que não são bons.
2ª- O Príncipe deve aprender a não ser bom , e usar ou não o aprendido , de acordo com a necessidade.
3ª- Os homens receiam menos ofender aqueles que amam do que aqueles que temem.
4ª- O Príncipe defende o Estado com boas armas e com bons amigos ; e sempre que tiver boas armas , terá bons amigos.
5ª- Os homens julgam mais com a vista do que com o tato , eis que ver é dado a todos , sentir , a poucos . Todos vêem o que parece ser , poucos sentem o que és.
6ª- Julgo melhor ser impetuoso do que cauteloso , porque a sorte é mulher , e é necessário , para dominá-la , bater-lhe e feri-la.
A Reforma Católica Ou Contra-Reforma
Diante do avanço das idéias protestantes, ganhou força dentro do catolicismo um movimento amplo de moralização do clero e de reorganização das estruturas político econômicas da Igreja . Esse movimento de reformulação da Igreja Católica , que teve impulso no século XVI , ficou conhecido como Reforma Católica ou Contra-Reforma.
Entre os principais líderes católicos empenhados na Contra-Reforma , destacam-se os papas:
Paulo III (1534-1549);,
Paulo IV (1555-1559);
Pio V (1566-1572) e Xisto V (1585-1590.
Como parte da Contra-Reforma , a Igreja tomou um conjunto de medidas para combater o avanço do protestantismo . Entre essas medidas , podemos destacar as seguintes:
1ª- Aprovação da Ordem dos Jesuítas: No ano de 1540 , o papa Paulo III aprovou a criação da Ordem dos Jesuítas (Companhia de Jesus) , que tinha sido fundada por Inácio de Loyola , em 1534 . Inspirados na estrutura militar , os jesuítas consideravam-se soldados da Igreja , tendo como missão combater a expansão do protestantismo . A arma principal utilizada pelos jesuítas foi a criação de escolas religiosas , destinadas à educação das futuras gerações . Outra arma foi a catequese dos não-cristãos , isto é , os jesuítas empenharam-se em converter ao catolicismo os povos dos continentes recém descobertos.
2ª- Convocação do Concílio de Trento: O papa Paulo III convocou , em 1545 , um concílio , que teve suas primeiras reuniões na cidade de Trento , na Itália . Ao final de longos anos de trabalho , que só terminou em 1563 , O Concílio apresentou uma série de decisões destinadas a assegurar a unidade da fé católica e a disciplina eclesiástica . Contra as idéias protestantes , o Concílio de Trento reafirmou diversos pontos da doutrina católica , como , por exemplo :
- salvação humana dependente da fé e das obras obras;
-Culto aos Santos e à Virgem Maria:
-Preservação do celibato sacerdotal.
O concílio determinou , ainda , a elaboração de um catecismo com os pontos básicos da doutrina católica , a criação de seminários para a formação dos sacerdotes e a instituição de uma lista de livros proibidos aos católicos - o Index librorum prohibitorum.
3ª- Restabelecimento da Inquisição: Vimos que a Igreja Católica criou , em 1231 , os Tribunais de Inquisição , órgãos destinados a combater as heresias . Durante o período renascentista reduziram-se bastante as atividades da Inquisição , mas diante do avanço protestante, a Igreja decidiu reativar seu funcionamento a fim de perseguir duramente os protestantes . Foi principalmente na Espanha e em Portugal que a Inquisição desenvolveu suas mais violentas ações repressivas.
O Sistema Colonial
É preciso destacar que um dos elementos de grande importância para o desenvolvimento do mercantilismo foi a conquista de colônias na América , na África e na Ásia . Tendo como objetivo a exploração econômica dessas colônias , foi montado o sistema colonial . As características básicas do sistema de exploração colonial são as seguintes:
1ª- Complementaridade: A produção colonial foi organizada com a função de complementar ou satisfazer os interesses dos países metropolitanos europeus . No caso do Brasil , por exemplo , foi organizada uma produção a fim de fornecer açúcar e tabaco ,mais tarde ouro e diamantes , depois algodão e , em seguida, café , para o comércio europeu. Não se objetivava , de modo algum , desenvolver na colônia qualquer atividade voltada para seus próprios interesses internos.
2ª- Monopólio Comercial: O monopólio comercial era o instrumento básico utilizado pela metrópole para amarrar a vida econômica da colônia. Através do monopólio comercial , a metrópole tornava a colônia um mercado exclusivo da burguesia metropolitana. Essa burguesia ficava com o direito de comprar , com exclusividade , os produtos coloniais , fazendo-o ao menor preço possível . De posse desses produtos , os comerciantes da metrópole os revendiam , no mercado europeu , aos mais altos preços admissíveis . Mas não paravam aí os lucros decorrentes do monopólio comercial. Também era privilégio exclusivo da burguesia metropolitana vender produtos europeus para a população da colônia.
O Conceito de Mercantilismo
O processo de formação das monarquias nacionais foi acompanhado , de modo geral , pela introdução de uma política econômica conhecida como mercantilismo.
O mercantilismo é representado por um conjunto de doutrinas e práticas econômicas destinadas ao fortalecimento do Estado. Desenvolveu-se a partir do século XVI , com a formação das monarquias nacionais , e atingiu seu apogeu com os Estados absolutistas do século XVII .
A aplicação da política mercantilista contribuiu para o enriquecimento da burguesia comercial europeia, que por sua vez colaborou para o fortalecimento do poder real . Contrapondo-se ao sistema feudal , o mercantilismo nascente . Marcado por uma grande ativação do comércio a nível internacional nos séculos XVI e XVII , o capitalismo nascente viveu um período de acumulação conhecido como Revolução Comercial.
Capitalismo é o sistema econômico em que os meios de produção (matéria-prima , equipamentos e máquinas) constituem propriedade privada daqueles que detêm o capital , isto é , os capitalistas . Estes , mediante certo pagamento (salário) , contratam a força de trabalho de outras pessoas , utilizando-a na produção de novos bens , com o fim de obter lucro.
quinta-feira, 28 de março de 2019
Tipos de Mercantilismo
Ao ser colocado em prática por diferentes europeus , o mercantilismo foi adquirindo características específicas , tendo em vista as condições econômicas desses países.
1ª- Espanha
O mercantilismo espanhol foi acentuadamente metalista (bulionismo) , devido à grande quantidade de ouro e prata que esse país retirava de suas colônias da América. A Espanha não desenvolveu indústrias em condições de fornecer produtos para o mercado europeu. Acumulando tesouros em ouro e prata , importava , por altos preços , os produtos industrializados de que necessitava.
2ª- França
O mercantilismo francês (colbertismo) optou-se principalmente por desenvolver a indústria manufatureira , utilizando matérias-primas vindas das colônias . ( O termo colbertismo deve-se ao ministro das finanças Colbert.)
3ª- Inglaterra: O mercantilismo inglês preocupou-se , primeiramente , com o fortalecimento do comércio através do controle do transporte marítimo dos produtos que saíam da Inglaterra ou lá entravam . Com sua poderosa marinha , os ingleses passaram a exercer grande domínio sobre o comércio internacional . Posteriormente , a Inglaterra desenvolveu sua indústria , começando pelo setor têxtil.
O Massacre Dos Povos Pré-Colombianos
Há estimativas de que antes de chegada do colonizador europeu na América viviam em nosso continente cerca de 90 milhões de pessoas . Essa população foi violentamente reduzida em pouco tempo , após a chegada do europeu . Entre as várias causas que levaram ao genocídio das populações pré-colombianas , podemos destacar as seguintes:
1ª- O ataque dos diversos micróbios contagiosos: Além do colonizador , os navios europeus traziam para a América inúmeras doenças infecciosas , como sarampo , tifo , varíola , gripe , impaludismo (malári)e , posteriormente tuberculose . As populações pré-colombianas não tinham resistência orgânica contra essas infecções e , ao serem contaminadas por essas doenças , sofriam duplo impacto , físico e psicológico . A morte de tribos inteiras pelas epidemias abalava profundamente a estrutura psicossocial do povo indígena.
2ª- A desorganização do modo de vida indígena: O colonizador , dominado e escravizando os povos pré-colombianos , rompia com sua organização social primitiva . Além disso , destruía a unidade dos grupos nativos , porque forçava aldeias inteiras a migrar , com o objetivo de explorar seu trabalho.
3ª- A guerra ao índio: O colonizador organizou guerras sistemáticas as tribos rebeldes , que , na medida de suas forças , lutavam pela defesa de suas terras e de sua liberdade. A reação indígena , entretanto , foi sufocada pelas armas de fogo do colonizador.
4ª- Os suicídios coletivos e auto-destruição: Contaminados por doenças estranhas , que ignoravam e não sabiam combater , os povos pré-colombianos , muitas vezes , supunham estar sendo castigados pelos seus deuses . Com isso , estragavam-se ao mais desolador sentimento de tristeza e de apatia . Suicídio , infanticídios e abortos foram significativamente praticados por diversas populações. Era a atitude desesperada de um povo que via morrer seu mundo , sua estrutura social , seus deuses e sua liberdade.
A Violenta Conquista da América
Em trinta anos , de 1519 e 1549 , os espanhóis percorreram em diversos sentidos o vasto território americano . Hérnan Cortés iniciou a conquista do Império Asteca com cerca de seiscentos homens , cem canhões e dezesseis cavalos . Francisco Pizarro lançou-se à conquista do Império Inca com cerca de centro e oitenta homens , trinta e sete cavalos e algumas dezenas de armas de fogo. Com essas tropas numericamente pequenas , empreenderam a conquista de multidões indígenas , que os consideravam deuses , apavoradas com o estouro da armas de fogo e com os cavalos , que desconheciam . Movidos pela ganância do lucro e pela procura de tesouros em ouro , os conquistadores espanhóis aniquilaram a cultura indígena e sua organização sócio política , numa das mais sangrentas aventuras da História.
O Despotismo Esclarecido
Os governantes absolutistas de alguns países europeus procuraram adaptar-se a certos princípios procuravam adaptar-se a certos princípios do Iluminismo , promovendo em seus Estados uma série de reformas nos campos social e econômico. A palavra déspota era aplicada aos governantes absolutistas de modo geral . Entretanto , os governantes absolutos que se mostraram receptivos a certas idéias do Iluminismo foram chamados de déspotas esclarecidos. Embora não abandonassem o absolutismo , os déspotas esclarecidos realizaram reformas inspiradas nos ideais iluministas , que visavam , no fundo , prevenir possíveis revoluções sociais em seus países. Como exemplos dessas reformas , podemos citar:
1ª- incentivo à educação pública , através da construção de escolas , do apoio às academias literárias e científicas e da divulgação de textos eruditos:
2ª- aperfeiçoamento do sistema de arrecadação tributária , que procurou tornar menos opressiva a carga tributária sobre as classes populares.
Teoria Econômica da Burguesia
Os valores do Iluminismo , aplicados à vida social e política , também se manifestavam na teoria econômica , através da escola fisiocrática e da escola do liberalismo econômico :
1ª- Os fisiocratas : O principal economista representante da teoria foi François Quesnay (1694-1774), que era contrário à intervenção do Estado na vida econômica. O termo fisiocrata vem do grego fisis = natureza e cratos = poder. Em sua obra "Fisiocracia , o governo da Natureza", Quesnay sustenta que existe um poder natural agindo nas sociedades humanas , sendo inútil contrariá-lo com leis , regulamentos os sistemas. Defendia a valorização da agricultura como a única criadora de riquezas para uma nação . Os fisiocratas pregavam a implantação de um capitalismo agrário , baseado no aumento da produção agrícola.
2ª- O liberalismo econômico : O principal representante do liberalismo econômico foi Adam Smith (1723-1790) , autor de uma famosa obra da literatura econômica , o Ensaio Sobre A Riqueza Das Nações . Nesse obra , Adam Smith critica a política mercantilista , baseada na intervenção do Estado na vida econômica. Para ele , a economia deveria ser dirigida pelo jogo livre da oferta e da procura de mercado (laissez-faire) . Segundo Adam Smith , o trabalho em geral representa a verdadeira fonte de riqueza para as ações , sendo que esse trabalho deveria ser conduzido pela livre iniciativa dos particulares.
Revolução Gloriosa
Pouco tempo depois da morte de Cromwell , a agitação política tomou conta do país, levando o Parlamento restaurar a monarquia dos Stuarts. O período da restauração estendeu-se pelos reinados de Carlos II (1660-1685) e de Jaime II (1686-1688). Após esse período , o descontentamento da grande burguesia e da nobreza anglicana em relação ao rei provocou a eclosão da chamada Revolução Gloriosa (1688-1689) , que pôs fim ao absolutismo monárquico inglês . Guilherme de Orange assumiu o trono britânico , sob condição de respeitar os poderes do Parlamento. Guilherme assinou a Declaração dos Direitos , que limitava seus poderes monárquicos . Consequências da Revolução Gloriosa : fim do regime absolutista inglês e impulso ao desenvolvimento do capitalismo na Inglaterra.
Queixas Da Burguesia de Nancy
Em 1789 , o rei Luís XVI convocou eleições para a reunião dos Estados Gerais . Nos diversos distritos franceses , as assembleias locais preparavam a grande reunião dos Estados Gerais , elaborando documentos que expressavam as queixas dos diferentes estamentos. Vejamos um trecho das principais reclamações da burguesia de Nancy:
1ª- A Assembleia exige que a pessoa dos deputados dos Estados Gerais seja considera inviolável;
2ª- A Assembléia exige que fique plenamente estabelecido que o Terceiro Estado tenha , nas assembleias da nação , tantos deputados quanto as duas ordens em conjunto ; que as deliberações sejam tomadas pelas três ordens reunidas e que os votos sejam contados individualmente:
3ª- O objetivo dos deputados é estabelecer na França uma sólida Constituição , que fixe , para sempre os direitos da Coroa e da Nação;
4ª- A Assembléia exige que as liberdades civis sejam plenamente asseguradas e que as ordens de prisão arbitrária sejam totalmente abolidas.
Governo Diretório
Com nova orientação política, a Convocação Nacional passou a elaborar uma nova Constituição para a França. Essa Constituição para a França . Essa constituição ficou pronta em 1796 , estabelecendo a continuidade do regime republicano , que seria controlado por um Diretório composto por cinco membros eleitos pelo legislativo. O governo do Diretório durou em 1795 a 1799 . Foi um período conturbado , em que o governo tentava conter o descontentamento popular e afirmar o controle político da burguesia sobre o país . Durante esse período , o jovem oficial Napoleão Bonaparte adquiriu prestígio pelo seu desempenho como militar . No dia 10 de novembro de 1799 (18 Brumário, pelo calendário instituído pela Revolução), Napoleão Bonaparte , contando com o apoio de influentes políticos burgueses, dissolveu o Diretório e estabeleceu um novo governo , denominado Consulado (Golpe de 18 Brumário). O papel de Napoleão foi o de evitar uma possível ascensão , ao poder , de setores mais identificados com os interesses das camadas populares . Com isso , Napoleão Bonaparte consolidou as conquistas da burguesia francesa , encerrando o ciclo revolucionário.
Causas Da Revolução Francesa
1ª- Sociedade : por volta de 1789 , a população francesa ainda estava dividida juridicamente em estamentos : Primeiro Estado (formado pelos alto e baixo cleros) , Segundo Estado (formado pelas nobrezas cortesã , provincial e de toga) e Terceiro Estado (formado pela grande massa de camponeses e de burgueses). O Primeiro e o Segundo Estados não pagavam tributos , porque tinham isenção. O terceiro Estado revoltou-se contra os privilégios concedidos ao clero e à nobreza.
2ª- Economia: a França enfrentava grave crise econômica , que se refletia nas deficiências do setor e na falta generalizada de alimentos.
3ª- Setor político : cada vez mais a burguesia tomava consciência de seus interesses de classe, tendo como base as idéias iluministas.
quarta-feira, 27 de março de 2019
A Expansão Marítima Espanhola
Enquanto desvendava os segredos do mar e ampliava seu comércio com as regiões da costa africana, a Espanha estava às voltas com o problema de expulsar os mouros , que ocupavam a parte sul de seu território. Preocupada com a atividade militar , a Espanha não tinha condições econômicas para se lançar à navegação marítima. Essa situação durou até o ano de 1492 , quando os reis espanhóis Fernando e Isabel conseguiram , finalmente , expulsar os mouros de seu território. Resolveram , então , patrocinar o navegador genovês Cristóvão Colombo , que possuía um novo e interessante plano de viagem para atingir as índias. Tendo certeza da redondeza da Terra , Colombo pretendia atingir o Leste (onde se encontrava as Índias), viajando no sentido Oeste. Colombo , entretanto , desconhecia que entre a Europa e a ásia existia um outro continente , que ele viria descobrir : a América. Depois de Colombo , sucederam-se outras viagens e descobertas marítimas espanholas .
1500: Vicente Yanes Pinzón até o foz do rio Amazonas , chamando-o de Mar Doce.
1513: Vasco Nunez de Balboa atinge o Oceano Pacífico.
1519: Fernão de Magalhães , português que navegava a serviço da Espanha , inicia a primeira viagem de circunavegação através do mundo , terminada em 1521.
Independência da Índia (1947)
A Índia era uma das mais importantes colônias britânicas da Ásia. No decorrer da Primeira Guerra Mundial , os ingleses prometeram aos indianos que se eles lutassem contra os alemães receberiam , em troca , maior autonomia administrativa. Terminada a guerra , entretanto , os ingleses esqueceram suas promessas e passaram a reprimir violentamente todas as tentativas de emancipação da índia. O grande líder indiano que se opôs à dominação inglesa foi Mohandas Karamchand Gandhi (1869-1948) , mais conhecido como Mahatma Gandhi . Solicitando aos indianos que não consumissem produtos importados da Europa e que desobedecessem , pacificamente , às ordens inglesas, Gandhi tronou-se célebre pela sua luta não violenta contra os ingleses. Em 1947 , a Índia conquistou sua independência política , mas o território foi dividido em República da Índia e República do Paquistão.
A Guerra da Coréia (1950-1953)
No período mais agudo da guerra fria , explodiu na Coréia uma violenta guerra que , por pouco não acabou se transformando num conflito mundial , envolvendo países do bloco socialista e os do bloco capitalista. A Coréia foi anexada pelos japoneses em 1910 , integrando o império do Japão até 1945 , fim da Segunda Guerra Mundial. Nessa época , Estados Unidos e União Soviética ocuparam a Coréia e a dividiram entre si , estabelecendo como marco divisório o paralelo . Ao norte desse paralelo ficava a região sob a influência soviética e ao sul ficava a região sob a influência norte americana. Combinou-se , então , que essa divisão seria mantida até a realização de eleições gerais , visando a unificação do país . Entretanto , uma série de desentendimentos e hostilidades entre o norte e o sul impediram a realização de eleições gerais , culminando com a invasão da Coréia do Sul pela Coréia do Norte , em 25 de junho de 1950.
O Processo de Descolonização E Os Conflitos na África e Na Ásia
Findada a Segunda Guerra Mundial , tornava-se extremamente contraditório que as potências europeias que lutaram a opressão nazi-fascista mantivessem oprimidos os povos de suas diversas colônias espalhadas pelo mundo, principalmente na África e na Ásia . A onda liberal que se espalhou pelo mundo após a derrota do nazi-fascismo , somada aos interesses dos Estados Unidos e da União Soviética , estimulou o processo de descolonização . Este deu-se , basicamente , de duas formas:
1ª- Pela luta contra a metrópole : A emancipação das colônias foi conseguida através de violentas lutas entre as forças coloniais e as metropolitanas:
2ª- Por acordos firmados com a metrópole: A emancipação foi conseguida através da crescente pressão política das forças coloniais, levando a acordos em que a metrópole reconhecia a autonomia política da colônia.
O continente asiático foi palco de grandes conflitos ligados ao processo de descolonização e à evolução política dos povos locais.
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