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segunda-feira, 18 de março de 2019

José Martiniano de Alencar


Se, na década de 1840 , coube a Teixeira e Sousa e a Joaquim Manuel de Macedo o papel de pioneiros , nas décadas seguintes foi José de Alencar quem fixou e ampliou os modelos do romance romântico brasileiro , diversificando seus temas e dando-lhe uma qualidade literária superior. Observando o conjunto de sua produção literária , temos a impressão de que Alencar obedece a um sentimento de dever patriótico , como se cumprisse a missão cívica de compor , num grande painel romanesco , o retrato da nova nação. No prefácio "Benção Paterna" ao romance Sonhos d'ouro (1872) , ele fez um balanço de sua obra , tentando mostrar que ela abrange todas as fases da vida brasileira :

1. Fase primitiva ou aborígine ("lendas e mitos da terra selvagem e conquistada") : Iracema, Ubirajara;

2. Fase histórica ("consórcio do povo invasor com a terra americana"): O guarani e As Minas de Prata ;

3. Fase da "infância da nossa literatura, começada com a independência política" : "O tronco do Ipê", "Til" , "O gaúcho" , "Lucíola" , "Diva" , "A pata da gazela" , "Sonhos d'ouro".

Descrevendo a terceira fase de nossa literatura , começada com a independência política , ainda não terminou; espera escritores que lhe deem os últimos traços e formem o verdadeiro gosto nacional, fazendo calar as pretensões , hoje tão acesas , de nos recolonizarem pela alma e pelo coração, já que não o podem pelo braço". ("Benção paterna". Sonhos d'ouro) .

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