O grau higroscópico do ar de uma certa região é fator de fundamental importância nas paisagens florísticas e nos aspectos faunísticos desta mesma região. Ele depende de várias circunstâncias climáticas e geográficas como , por exemplo , a proximidade de vastas coleções de água (presença de mares , de lagos , de rios), a quantidade de chuvas , a frequência de chuvas , etc. Alta umidade do ar corresponde a uma vegetação higrófita, como a que se desenvolve em ambientes úmidos , nesses casos se situando também os vegetais umbrófilos que vivem nas sombras das árvores maiores em plena floreta tropical , como é o caso dos musgos , do espífitos , das samambaias , das avencas, que não resistem à exposição direta ao Sol. Acompanhando a Costa Leste do Brasil , encontramos a chamada Mata Atlântica. Ela deve sua exuberância à umidade do ar decorrente dos ventos provenientes do mar, expandindo-se e resfriando-se ao subirem o planalto na forma típica de neblina. Encontramos aí árvores como as canelas , as quaresmeiras (família das Melastomatáceas), a presença marcante das embaúbas ou Cecropia , inúmeras palmeiras , além de epífitas da família das Orquidáceas. Ainda no Brasil , tendo por causa predominante a umidade do ar , dentro do cerrado ou mesmo de uma capina podemos encontrar formações vegetais que entram em contraste com o meio em derredor porque são formações de árvores mais viçosas. São as matas galerias ou matas ciliares. Baixo grau higroscópio do ar corresponde , ao contrário , a uma vegetação tipicamente nordestina , assolada por um clima semi-árido , com pequena quantidade pluviométrica anual , ambiente propício para a família das Cactáceas. A umidade também uma certa influência na pigmentação dos animais , como se pode verificar tanto em laboratório como na natureza. Tower , fazendo experiência com besouro do gênero Leptionotarsa, demonstrou ligeiro aumento na coloração do coleóptero quando aumentava um pouco a umidade do ar. Mas um aumento mais intenso o grau higroscópio, ao contrário , levava o animal ao albinismo. Sabe-se também que cultura de grilo europeu (Grillus Campestris) com 0 a 80% de umidade relativa do ar dava em adultos totalmente negros. Na natureza , é de se citar que as toupeiras norte-americanas do gênero Scapanus , as que são quase negras nas regiões úmidas adquirem uma tonalidade prateada ao sul da mesma Califórnia adquirem um tonalidade prateada ao sul da mesma Califórnia. Os animais que procuram viver em ambientes úmidos , como as lesmas , os caracóis, muitos vermes terrestres, são denominados higrobiontes, ao passo que aqueles que preferem ambientes secos , como é o caso das abelhas, são ditos xerobiontes. A umidade também determina migrações , como no caso dos mosquitos silvestres , que emigram em altura durante o dia, conforme a saturação do ar em diversos níveis. Nas savanas , a estação seca acarreta o desaparecimento dos invertebrados e a migração dos mamíferos herbívoros, no que são seguidos pelos carnívoros. A escassez de água nos desertos vai determinar a presença de animais que suportam longo tempo, sem beber este líquido, como a girafa, o avestruz , o camelo; quando muito , satisfazem-se com água existente nos alimentos ingeridos. Na Austrália há um curioso lagarto que consegue, inclusive, absorver a água das chuvas apenas através da própria pele. E as rãs animais eminentemente dulcícolas , podem suportar a aridez dos desertos cavando galerias, onde passam todo o tempo seco , de lá saindo às vezes , quando existe então um certo grau de maior umidade.
