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Com o desenvolvimento do capitalismo industrial na Europa , o papel do continente africano no cenário mundial mudou. Desde o século XVIII a Inglaterra , berço da Revolução Industrial , passou a condenar e impedir a continuidade da escravidão , pois a mão-de-obra não remunerada não participa do mercado consumidor dos produtos industriais. Assim , a partir do século XIX a conquista européia do continente traduziu-se pela busca incessante de novas e abundantes matérias-primas para expandir o processo produtivo. Nessa época foram organizadas grandes expedições de reconhecimento do interior do continente. Um das mais importantes foi realizada pelo missionário e explorador escocês David Livingstone, que descobriu o Iago Ngami, o rio Zambeze e fez a primeira travessia leste-oeste da África, lutando contra o tráfico de escravos. Os expedicionários europeus forneceram informações valiosas sobre o interior da África: descrições de lugares e povos, mapas e indicações que facilitaram a ocupação e a partilha das terras africanas. Descobriu-se , por exemplo , que o continente abrigava imensas riquezas minerais e madeiras de lei de alto valor comercial. Soube-se também que era possível desenvolver a lavoura extensiva nos trópicos africanos , já que o continente possuía enormes áreas de terras cultiváveis e dispunha de mão-de-obra muito barata.
