Saiba Mais

Translate

terça-feira, 4 de junho de 2019

Revoltas No Nordeste


Desde a vitória sobre os holandeses em 1654, as rivalidades entre Olinda e Recife compunham o quadro político da Capitania de Pernambuco. A derrota do inimigo era compreendida como uma ação dos colonos independentes dos poderes imperiais , que teriam vacilado diante dos holandeses. Os mazombos , como eram conhecidos os aristocratas do açúcar nascidos no Brasil, controlavam o poder da capitania a partir de Olinda. Recife, uma espécie de bairro de Olinda , era a sede do poder dos comerciantes reinóis, pejorativamente denominados mascates. As oscilações do preço do açúcar acabaram por levar ao endividamento dos senhores de engenho. Os mascates não tinham a tradição aristocrática dos poderosos de Olinda , mas possuíam as hipotecas , as dívidas dessa "nobreza da terra" e o direito de cobrar os impostos em nome da Coroa . A elevação de Recife à categoria de vila , em 1710 , foi o estopim dos conflitos que duraram até o ano seguinte. Os senhores de engenho endividados , líderes da revolta , dividiam-se entre aqueles que exigiam a anistia das dívidas e aqueles que postulavam a separação de Pernambuco do império colonial português. Após reveses de parte a parte , as autoridades do império conseguiram restabelecer a paz na região. O conflito é revelador , no entanto, do enfraquecimento social e político dos anteriormente poderosos senhores de engenhos e, de outra parte, da vinculação dos comerciantes aos interesses da Coroa Portuguesa. Em 1711, uma outra revolta foi desencadeada em Salvador , devido ao estabelecimento de novos tributos e do aumento de 50% no preço do sal. Nessa revolta , liderada por um negociante conhecido como Maneta , tomaram parte soldados, homens livres e pequenos comerciantes que assaltaram as residências dos grandes comerciantes de sal. Diante das pressões, o governador da Bahia voltou atrás na implementação dessas medidas impopulares.


Anuncios