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sexta-feira, 7 de junho de 2019

Poder Do Diálogo - Caminhos do Entendimento


Descartes , o filósofo francês , viveu o processo de estranhar , duvidar e se questionar por meio de uma conversação , só que interior. Por isso a obra denomina-se "Meditações", pois se trata do registro escrito de suas reflexões , de seu diálogo interno. Certamente , porém , o filósofo também tinha em mente outros interlocutores , seus argumentos e objeções. Era como se falasse também com eles enquanto pensava e escrevia , mesmo sem designá-los. Além do mais , depois de finalizar suas Meditações , a conversação de Descartes não terminou. Sabe-se que ele recebeu de alguns estudiosos de sua época , por carta , várias objeções a esses escritos. E respondeu a elas , revisando , aprofundando e enriquecendo algumas de suas teses. Assim, filosofar é fundamentalmente conversar. É seguir oscilando entre uma visão e outra , entre um pensamento e outro , escutando objeções , duvidando novamente , voltando a questionar, procurando, mas que tenha importância para a compreensão das coisas. E depois expressá-lo e comunicá-lo ao outro. Daí a importância do bom uso da palavra , seja quando se pensa , seja ao falar ou ao escrever. É assim que trabalha a filosofia : burilando os pensamentos , o discurso , a conversação, até alcançar um entendimento mais claro e preciso. Por isso acreditamos , junto com o pensador espanhol Ortega Y Gasset (1883-1955) , que " a clareza é a cortesia do filósofo" (Citado em Kujawski, Ortega Y Gasset : a aventura da razão, p. 18).

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