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terça-feira, 4 de junho de 2019

Espaço Infinito


A concepção geocêntrica do universo coincide , basicamente , com a percepção do senso comum, pois se trata de uma representação daquilo que podemos observar diretamente ; nós aqui, no centro (o ponto fixo , a referência),  com os astros girando à nossa volta. No entanto , como apontou o sacerdote e astrônomo polonês Nicolau Copérnico (1473-1543) em sua obra "Da Revolução das Esferas Celestes" , o que vemos com nossos próprios olhos é apenas o movimento aparente dos astros . O movimento real é o da Terra - e dos demais astros - girando em torno do Sol (heliocentrismo). Copérnico chegou a essa conclusão ao perceber,  como estudioso dedicado aos cálculos e às medições celestes , que o modelo geocêntrico era insuficiente para explicar vários movimentos que ele observava. A tese heliocêntrica não constituiu total novidade - segundo alguns historiadores , Aristarco de Samos (c. Séculos IV-III a.C.) já a defendia na Antiguidade- , mas foi a partir do sistema proposto por Copérnico que o heliocentrismo começou a ser aceito , investigado e aperfeiçoado por seus seguidores , destruindo completamente a cosmologia medieval . Ora , se a Terra não estava no centro de tudo , a noção aristotélica de espaço hierarquizado deixava de fazer sentido. Progressivamente , foi sendo substituída pela de espaço homogêneo , ou seja , em que os lugares são equivalentes , sem um ponto  fixo ou referencial , sem uma hierarquia e sem limites. O Sol não se converteria no novo ponto fixo , pois o heliocentrismo de Copérnico constituiu apenas o primeiro passo de um processo de descentralização  a expansão do mundo : aos poucos muitos abraçaram a tese de que o universo é infinito (questão que se mantém aberta até hoje).

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