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quinta-feira, 24 de maio de 2018

O Problema da Longitude



     No século XVIII o problema da longitude se constituiu no mais espinhoso dilema científico da época. Impossibilitados de medir a longitude em que se encontravam, os navegadores que tomaram parte nas grandes explorações marítimas se viam literalmente perdidos no mar tão logo perdessem contato visual com a Terra. Milhares de vidas e a crescente riqueza das navegações dependiam de uma solução. A procura de uma saída ocupou os cientistas durante a maior parte de dois séculos quando, em 1714 , o parlamento inglês ofereceu o equivalente a 20 mil libras (aproximadamente US$ 12 milhões na cotação atual ) a qualquer pessoa que concebesse um método ou um mecanismo de comprovado sucesso. Numerosos embusteiros se apresentaram munidos de sugestões absurdas. O mundo científico em toda a Europa desde gênios como Galileu e Isaac Newton - já havia mapeado o firmamento em ambos os hemisférios na busca específica de uma resposta na abóbada celeste. John Harrison ousou idealizar uma solução mecânica : um relógio que registraria o passar do tempo no mar com absoluta precisão , algo que nenhum relógio havia feito na terra. Como um grau de longitude abrange sessenta milhas náuticas ( o equivalente a 68 milhas geográficas, ou 109,4 km) sobre a superfície do globo no Equador , até mesmo a fração de um grau se traduz por uma grande distância - e consequentemente com grande margem de erro quando se tenta determinar a posição de um navio em relação  a seu destino. O fato de o governo estar inclinado a recompensar a seu destino. O fato de o governo estar inclinado a recompensar com tão grande quantia em dinheiro os métodos Práticos e Úteis que não apresentassem exatidão de resultado, mesmo com milhas de diferença , demonstra o desespero do país na procura de uma solução para o doloroso estado da navegação. O Longitude Act estabeleceu um painel de renomados juízes que ficou conhecido como o Conselho da  Longitude . Esse Conselho , constituído de cientistas, oficiais de marinha e autoridades de governo, tinha autoridade exclusiva sobre a distribuição do prêmio  em dinheiro (...). (...) O Conselho , de acordo com o Longitude Act , podia incentivar com prêmios os inventores empobrecidos , ajudando-os a deixar fluir suas promissoras idéias. Esse poder sobre o caixa fez do Conselho da Longitude talvez a primeira agência do mundo para pesquisa e desenvolvimento. (Embora não fosse possível prever desde o seu início , Conselho da Longitude existiria normais de cem anos. Quando foi dissolvido , em 1828 , já  havia desembolso mais de £1000.000- o equivalente a U$$ 60 milhões atuais.)   

-(Sobel, Dara . Longitude. Ediouro, 1996)

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