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quinta-feira, 24 de maio de 2018

As Cidades Na Economia Global



        No século XVI, a viagem da esquadra comandada por Pedro Álvares Cabral demorou 43 dias para atravessar  o Oceano Atlântico desde Lisboa até o litoral brasileiro , onde hoje está Porto Seguro (BA). Atualmente , de avião o mesmo percurso é feito em menos de 10 horas . A famosa carta de Pero Vaz de Caminha , que descrevia suas impressões sobre a nova terra , teve de fazer travessia do oceano , a bordo de um navio que retornou à Europa , até chegar às mãos do rei de Portugal. Podemos dizer que durante longo período da história humana a informação circulava à mesma velocidade das pessoas e das mercadorias , ou seja, a comunicação das pessoas e das mercadorias , ou seja , a comunicação dependia dos meios de transporte e só começou a se separar deles a partir da invenção do telégrafo , no século XIX. Hoje o avanço tecnológico , além de acelerar todas as modalidades de circulação, diferenciou definitivamente o tempo necessário ao transporte da informação (veiculada, por exemplo, na forma de bits) do tempo do transporte da matéria. Atualmente as informações viajam praticamente à velocidade da luz. Se fosse hoje, Caminha enviaria sua carta por e-mail ou fax. Ela chegaria ao destino quase que imediatamente ou, como se diz , em "tempo real".  Avanços tecnológicos como estes são a base da globalização, que , por sua vez , tem favorecido a dispersão da produção pelos lugares que oferecem maiores possibilidades de lucro às empresas e maior integração dos mercados , das finanças e das bolsas de valores. Tudo isso contribui para a expansão da infraestrutura  urbana e da rede global de cidades , assim como para reforçar o papel de comando de algumas delas na fase histórica atual. A desconcentração das indústrias , que rumam para cidades médias, pequenas e até mesmo para a zona rural  , ao contrário  do que muitos pensam tem contribuído para reforçar o papel de comando de muitas das grandes cidades , e mesmo de algumas médias.  Essas cidades comandantes são importantes centros de serviços especializados e de apoio à produção - universidades e centros de pesquisa, escritórios de advocacia e contabilidade, agências de publicidade e marketing , bancos e bolsas de valores , hotéis e centros de eventos e exposições etc. Um dos exemplos mais ilustrativos é São Paulo, que se consolidou como o principal centro se serviços e de negócios não só do Brasil, mas da América do Sul. As cidades globais , como vimos, são os nós da rede urbana mundial , e as megacidades , o que são? De acordo com a ONU , são aglomerações urbanas (regiões metropolitanas ) com 10 ou mais milhões de habitantes.  Assim , as cidades globais , uma definição qualitativa , não coincidem necessariamente com as megacidades , definidas por um critério quantitativo . Por exemplo, de acordo com a publicação "Urban Agglomeration 2007 (ONU), Zurique , na Suíca , que tinha naquele ano 1,1 milhão de habitantes , não é uma megacidade , mas é uma cidade global pelo papel comando que que desempenha  na rede urbana mundial. É sede de importantes empresas , oferece variados serviços globais - financeiros , administrativos , turísticos etc. - a apresenta densa infraestrutura de transportes e telecomunicações conectando-a aos fluxos globalizados. Há poucas pessoas marginalizadas e desconectadas nessa cidade . Segundo o mesmo documento , a região metropolitana de DACA, em Bangladesh, tinha 13,5 milhões de pessoas em 2007 , sendo classificada como megacidade; porém , não é uma cidade global, devido à limitação de sua infraestrutura e à sua reduzida oferta de serviços globais . Além disso, uma grande parcela da população de Daca está marginalizada , desconectada dos fluxos globais. Ainda que , segundo a ONU somente 9% da população urbana mundial viviam em megacidades. Em 2007, elas estão crescendo e ganhando importância , sobretudo nos países em desenvolvimento . Das 19 megacidades existentes no mundo em 2007, 15 estavam em países pobres ou emergentes. A maioria delas apresenta elevado crescimento populacional , com destaque para Daca (Bangladesh) , Karachi (Paquistão) e as três cidades indianas (Mumbai, Délchi e Calcutá) . Compare a evolução do crescimento delas com a das metrópoles dos países desenvolvidos. Embora Tóquio deva permanecer como a maior aglomeração urbana por alguns anos, seu crescimento será um dos mais baixos do período 2007 - 2025, e as outras cidades dos países ricos também crescerão muito pouco. Segundo projeções da ONU, em 2025, haverá 27 megacidades, das quais 22 em países em desenvolvimento. Excetuando Tóquio , as outras cidades dos países desenvolvidos que aparecem na lista têm perdido posições.

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