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sábado, 26 de maio de 2018

Da Produção Artesanal à Produção Em Série



      Durante o Período Medieval , a produção artesanal concentrava-se especialmente nas cidades fortificadas , onde era controlada por corporações de ofício . Nestas, mestres independentes, com o apoio de alguns aprendizes, especializavam-se na confecção de determinados produtos. Elas mantinham uma hierarquia entre aprendizes e mestres e funcionavam também como uma associação de apoio mútuo , ao mesmo tempo que evitavam a concorrência. Produzindo para um mercado e relativamente estável, os métodos de produção eram rigidamente fixados e as tentativas de mudanças recebiam punições severas , como a exclusão da corporação e a consequente proibição de se exercer o ofício. Essa situação começou a mudar com a implementação da política mercantilista , colocada em prática por monarcas de países como a França e a Inglaterra. Com a unificação do mercado interno, novas formas de produção foram incentivadas. A expansão marítima e o comércio colonial fizeram com que alguns comerciantes passassem a investir também na produção.  Assim, surgiu o sistema doméstico - conhecido como "putting-out system" , na Inglaterra , e Verlag , na Alemanha - , no qual o comerciante contratava o trabalho artesanal junto a famílias de camponeses. Especialmente na Inglaterra , a redução das posses e dos rendimentos da terra fazia os camponeses aceitarem o trabalho em domicílio como uma boa fonte de renda . Assim, desde o século XVII , uma parte da população rural trabalhava - principalmente no inverno , quando a atividade agrícola era menor - sob contrato com algum comerciante. Este fornecia a matéria-prima e algumas máquinas , pagando um salário pela tarefa executada. Outro processo produtivo se desenvolveu concomitantemente . Entre o final do século XVI e o século XVIII , o rompimento das regras corporativas para suprir as demandas do comércio externo abriu caminho para a mudança dos métodos produtivos .  Assim, aos poucos , alguns mestres-artesãos abandonaram as corporações e as cidades e investiram no agrupamento de diversos artesão em uma mesma oficina, dando origem às grandes manufaturas . Controlando a produção e, ao mesmo tempo, negociando a venda do produto final ou saindo em busca de fregueses , o novo "fabricante-mercador" foi uma figura proeminente em um período de ascensão da burguesia. As manufaturas reuniam diversos indivíduos , os quais produziam ao mesmo tempo. O trabalho do artesão era decomposto em várias sub-tarefas . Os trabalhadores , individualmente ou em grupos , especializavam-se em uma parte da produção. No final do século XVIII, EM SEU LIVRO "A Riqueza Das Nações", o escocês Adam Smith (1723-1790) , descrevendo uma pequena manufatura de alfinetes , fez apologia à divisão técnica do trabalho, presente nessa organização.  Dessa maneira , a divisão do trabalho se transformou em uma excelente solução para a produtividade , ampliando a quantidade de mercadorias produzidas e economizando tempo. A reunião de trabalhadores em um [...] Esse processo foi acelerado pela introdução massiva das máquinas na Inglaterra , no final do século XVIII, dando origem às maquinofaturas ou fábricas modernas. A utilização das máquinas no processo produtivo ocorreu lentamente entre os ingleses. Os artesãos já usavam pequenas máquinas movidas à força humana. A partir de algumas invenções , a produtividade deu um salto . Com um das primeiras máquinas modernas , que se chamava "Jenny" e era utilizada no sistema doméstico, uma pessoa sozinha dava conta do trabalho de 12 fiandeiras. Contudo, máquinas maiores , usadas na fiação, já não se prestavam à utilização doméstica e impulsionavam , ainda mais , a concentração de trabalhadores.  Com isso, a indústria do algodão foi uma das primeiras a adotar o sistema de fábrica e a mecanização. Cada ramo que se mecanizava forçava os outros a utilizar novas máquinas para acompanhar o ritmo da produção. Aos poucos , outras fontes de energia se fizeram presentes. O uso dos teares a vapor , por exemplo, multiplicou-se na Inglaterra , em 1823, havia 2,3 mil teares em atividade e , em 1850, 224 mil. A vocação das novas indústrias se voltava para produtos de consumo de massa , com foco no mercado externo. Os domínios coloniais davam à produção inglesa a capacidade de gerar seu próprio consumo. Por volta de 1840 , o continente europeu consumiu cerca de 190 milhões de metros de tecidos de algodão britânicos ; já a Ásia , a América (Exceto os Estados Unidos) e a África , juntas , adquiriram 500 milhões. As maquinarias e fábricas exigiam certo investimento e comportavam algum risco. 

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