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terça-feira, 4 de junho de 2019

Revoltas Populares


As revoltas populares de Pernambuco , Maranhão, Piauí e Grão-Pará expuseram claramente aos grupos regionais os riscos da radicalização e a necessidade da "ordem imperial" . Em Pernambuco , entre 1832 e 1835 , a população rural foi incitada por líderes desejosos pela de D. Pedro I ao trono brasileiro como formar de afrontar o governo regencial . No entanto, em pouco tempo , os cabanos , pessoas humildes , trabalhadores livres pobres, escravos e índios tomaram a frente , na luta pela terra , concentrada nas mãos dos grandes proprietários. Isso provocou  recuo dos líderes restauradores e a violenta repressão pelo poder central. Em 1835 , outra revolta , de nome semelhante , foi desencadeada no Grão-Pará . Também iniciada por grupos dominantes da região , a liderança da insurreição passou à população mais pobre , que vivia em cabanas à beira dos rios. A Cabanagem foi  a mais bem-sucedida revolta popular do período , levando os rebeldes ao governo e ao controle total da província. Em questão , mais uma vez , estavam o poder econômico e político de uma minoria , e as  péssimas condições de vida da população escrava , indígena e mestiça , que se organizou numa força militar  composta por cerca de 5 mil homens. Estima-se que 3% da população da província , de cerca de 100 mil pessoas , tenha sido dizimada nessa verdadeira guerra civil vencida pelas forças leais ao governo do Rio de Janeiro em 1840. Em 1838, iniciava-se no Maranhão e no Piauí uma luta entre as  facções rivais dessas províncias : de um lado, os grupos ligados ao governo provincial de São Luís e , de outro, proprietários do interior maranhense e piauiense. Com uma força de cerca de 9 mil rebeldes, os representantes do interior , que se opunham às medidas centralizadoras do governo provincial, desfecharam uma das mais sangrentas lutas sociais da história brasileira. As tensões entre esses grupos logo foram suplantadas por uma revolta de escravos e por oposições entre mulatos e brancos , transformando o conflito numa verdadeira guerra racial. Um dos líderes dos mulatos , Manuel dos Anjos Ferreira , conhecido como Balaio por sua ocupação de artesão de balaios , envolveu-se na rebelião afirmando que as foras governamentais desejavam o extermínio já denominado Balaiada , rearticulou os grupos dirigentes que até então vinham se enfrentando. Era necessário agora dizimar os quilombos e as milícias compostas por negros e mulatos na região. Em março de 1839, na cidade maranhense de Caxias, o comandante Luís Alvez de Lima e Silva , depois Barão, Conde e Duque de Caxias, conseguiu vencer os revoltosos. Os líderes populares foram enforcados e alguns representantes dos grupos dominantes obtiveram anistia do governo e puderam reincorporar-se ao jogo político imperial.

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