No decorrer de 2001, o Brasil enfrentou um racionamento de energia elétrica. Na raiz desse problema , que foi precipitado pela redução ao nível de água dos reservatórios das usinas hidrelétricas, encontra-se a falta de investimentos em geração e transmissão de energia , associada à maneira como foram estruturadas as normas de regulação (tarifas , investimentos , expansão da geração e das redes) do setor energético após o processo de privatização de algumas empresas estatais desse setor. A necessidade de os consumidores economizarem , em algumas regiões do Brasil, 20% de energia elétrica em residências , indústrias , lojas e outros estabelecimentos afetou o crescimento da economia brasileira, demonstrou a necessidade de investimentos em novas fontes de energia , exigiu mudanças de hábitos no uso da iluminação e de aparelhos eletrônicos e elétricos e levou os brasileiros a refletir mais sobre a importância da eletricidade e a melhor maneira de a utilizar. Para certas pessoas , a preocupação com a redução no consumo de energia esteve restrita ao período em que durou o racionamento ; para outras , consolidou-se como uma economia necessária. Normalmente não nos damos conta da enorme necessidade de fontes energéticas e das estruturas (usinas , redes de transmissão, subestações transformadoras , indústrias petrolíferas , postos de distribuição de combustíveis ) que tornam possível o funcionamento de lâmpadas , geladeiras , televisão, rádio, liquidificador , computador , máquinas e equipamentos industriais , veículos etc. A ampliação dos padrões de consumo nas sociedades ditas desenvolvidas e a extensão desses padrões a novas camadas sociais dos países subdesenvolvidos , em todo o mundo, exige ampliação constante da oferta de energia , e , portanto , de recursos naturais energéticos não-renováveis - petróleo , gás natural , carvão mineral - e do aproveitamento de recursos renováveis , como a água dos rios , o vento e a energia solar. Pensando-se na quantidade de novos equipamentos que foram incorporadas aos lares , indústrias , escritórios , instituições de ensino, aos hospitais , às lojas dos mais variados tipos , apenas nos últimos 40 anos , percebe-se como cresceu a demanda por energia elétrica. No contexto da Terceira Revolução Industrial , a informatização dos processos de produção e de serviços exige o uso permanente de equipamentos que dependem da energia elétrica para funcionar.
