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sábado, 15 de junho de 2019

Comentário Sobre Pré-Modernismo no Brasil & João do Rio


João do Rio é uma das melhores representações do artista brasileiro no início do século XX. O profissional, também escreveu contos e peças de tempos atrás. Em todos os heróis, dava um perfil hora crítico, hora condescendente - nunca indiferente! - Dos costumes, valores e expectativas da época. Tinha uma especial predileção pelo luxo, pela ostentação, que encontrava seu cenário ideal nas grandes festas e recepções das sociedades carioca e paulista, preferência que inclusive lhe garantia o título meio depreciativo de "dândi" (palavra trazida da cultura inglesa, significando indivíduo afetado, porém elegante e requintado). No entanto também foi um dos primeiros a  retratar a periferia do Rio de Janeiro e de São Paulo, observando os frequentadores da Boêmia, dos locais em que se infrigia a lei, como os espaços de cultos afro-brasileiros, por exemplo. Na crônica lida, São Paulo já desponta como ícone do progresso e da urbanização cosmopolita, antecipando a imagem que se consolidaria como Movimento Modernista, a partir dos anos 1920. Mas a perspectiva do cronista, ainda, é a do século anterior: o ambiente,  o momento histórico, a herança a determinar que as coisas sejam como são, não havendo exatamente uma leitura crítica do passado, uma revisão da história, a idealização do artista, visto mais como vidente do que como um reformador: o texto ilustra, assim, um momento de transição, no qual novas forças começam a se configurar; sem que necessariamente tenham superado as marcas do passado. 

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