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sexta-feira, 23 de março de 2018

A Unificação Da Itália



  Dividida politicamente desde o  fim do Império Romano, a Península Itálica conviveu com a instabilidade decorrente da rivalidade entre as cidades-estado e os pequenos reinos, bem como das constantes invasões que lhe colocavam sob as forças  do Sacro Império Romano-Germânico e da Igreja Católica. No início do século XIX , com a expansão napoleônica , a Península Itálica foi palco da propagação de ideais revolucionários e liberais. Durante a primeira metade do século , levantes liberais , inspirados por sociedades secretas , como a dos carbonários , ocorreram na região. Em 1832, o líder revolucionário genovês Giuseppe Mazzini  fundou a organização nacionalista Jovem ITÁLIA ,  com anseios republicanos. Até 1850, mesmo com algumas concessões liberais, as rebeliões foram reprimidas, em geral, pela Austria , que ,até então, dominava grande parte do norte da Itália. Entre as elites culturais , o Risorgimento, movimento em prol da formação de uma consciência nacional, aos poucos , como o Sumário da História da Itália (1846) , de Cesare Balbo (1789-1853) , e a  Sociedade piemontesa para a história patriótica , fomentavam o nacionalismo italiano. Entre os nacionalistas moderados, apareceram diferentes propostas para a unificação da Itália, como a de Balbo. Para ele, caberia ao Piemonte , reino com certa autonomia , no norte da Península, liderar  o processo. De fato, uma das regiões italianas mais prósperas era a parte setentrional, formada pelo Piemonte e pela Lomardia , de onde se exportava a seda , pelo porto austríaco de Tristes. Daí surgiram a defesa da liberdade econômica e o interesse no fim das barreiras tarifárias internas na melhoria das comunicações e estradas. Todavia, o cenário internacional que favoreceria a unificação da Itália surgiu entre os anos 1850 e 1860.  Realizando reformas no Reino do Piemonte-sardenha , onde surgiram ferrovias e navios a vapor, o primeiro-ministro da Casa de Savoia, Cavour (1810-1861), liberal moderado, obteve a simpatia britânica. Em 1859, ele selou um acordo secreto com Napoleão III, declarando guerra à Austria , enfraquecida após a Guerra da Crimeia (1854-1856), na TURQUIA. Com o auxílio dos franceses , promoveu  expansão do Piemonte em direção à Lombardia, a Parma, a Toscana ,  a Módena e à Romanha, estados que optaram pela união ao reino piemontês. Cavour revelou-se , assim, o principal arquiteto da unificação italiana. No sul , em 1860 e 1861, o revolucionário Giuseppe Garibaldi (1807 - 1882) liderou a libertação da Sicília e de Nápoles do domínio Bourbon. Habilmente , cavour convenceu Naoleão III a aceitar a ocupação da úmbria e das Marcas pelo Piemonte a fim de reprimir uma insurreição local. Derrotado num plebiscito , Garibaldi, assim como outros liberais e republicamos , acabou aceitando a união com a Sardenha , em defesa da unificação nacional . Com a aprovação dos plebiscitos, em 1861, Vitor Emanuel , do Piemonte , tornou-se rei da Itália. Nesse mesmo ano, foi estabelecida a democracia de voto censitário. No entanto , Roma , domínio dos Estados Pontifícios, e a Venécia, território sob a hegemonia da Austria, permaneciam politicamente separadas da Itália. Mais tarde, em 1866, com a Guerra Austro-Prussiana , a Itália, aliada à Prússia , conquistou a região da Venécia . Por fim, em 1870, com a Guerra Franco-Prussiana, as guarnições francesas , que , após quase 30 anos de batalhas , diplomacia e negociações políticas , conquistaram a unidade do Estado.  O conflito com o Papado permaneceu por longa data , sendo resolvido somente em 1929, com a assinatura do Tratado de Latão, quando foi criado o Estado do Vaticano , dirigido pelo papa.

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