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domingo, 25 de março de 2018

O Transporte de Cargas No Brasil



   Como se pode observar , na matriz brasileira de transportes de cargas predomina o modo rodoviário. Quando comparado com os modos ferroviário e hidroviário, o rodoviário é o que mais consome energia para transportar a mesma quantidade de carga em determinada distância . Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), quanto ao consumo de combustível, para transportar uma tonelada de carga a uma distância de 1000 km consomem-se 5 litros no modo Hidroviário, 10 no ferroviário e 96 no rodoviário. Esse maior consumo de energia se reflete em maiores custos para o frete - prejudicando a atividade econômica e a sociedade em geral - em maior emissão de poluentes , maior risco de acidentes e maiores congestionamentos nas estradas e nos centros urbanos. Segundo o Ministério dos Transportes , em 2007 o Brasil possuía 1765278 km de rodovias , dos quais somente 2116v8 km eram pavimentados , contra 28.607 km de ferrovias e 270 km de hidrovias , sendo que, por falta de investimentos no setor apenas 10,000 km  são efetivamente utilizados. Como o país tem dimensões continentais (8,5 milhões de KM2) , nosso modelo de transporte de cargas seria mais eficiente nas esferas econômica e ambiental se tivesse priorizado os sistemas ferroviário e hidroviário-marítimo, que consomem menos energia. Entretanto, é frequente o transporte em caminhão de mercadorias fabricadas em São Paulo, ao lado do Porto de Santos , para cidades portuárias , como Recife ou Porto Alegre , o que aumenta o custo final dessas mercadorias. Essa opção política pelo sistema rodoviário se iniciou na segunda metade da década de 1920 , ao longo do mandato de Washington Luís, cujo slogan de governo era : Governar é abrir estradas". Ainda no século XX, Getúlio Vargas, promovendo a integração das regiões brasileiras, Juscelino Kubitschek, com seu Plano de metas e a construção de Brasília, e os presidentes militares do período da ditadura , com o programa de integração do Norte e Centro-Oeste às demais regiões , também priorizaram as rodovias. Isso se explica por uma associação de fatores : é mais rápido e barato construir uma rodovia que uma ferrovia; o setor rodoviário e as indústrias automobilísticas são grandes geradoras de empregos diretos e indiretos, historicamente houve pressão política de empresas multinacionais, falta de planejamento estratégico de médio e longo prazo e , até 1973 , baixos preços do barril de petróleo.  Somente a partir do final do regime militar (principalmente após 1996, com o início do processo de privatização e concessão de exploração de portos , rodovias e ferrovias), os investimentos começaram a ser distribuídos de maneira mais equilibrada entre os vários modos de transporte.  Com isso houve uma redução na participação percentual das rodovias e aumento das ferrovias e hidrovias no transporte de cargas a longa distância. 

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