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sexta-feira, 23 de março de 2018

A Inconfidência Mineira


  Muito mais que uma luta entre o bem e o mal, a Inconfidência Mineira foi  a primeira tentativa de rompimento dos laços com a Metrópole portuguesa. Enriquecidos pelas atividades mineradoras no início do século XVIII, os habitantes de Minas Gerais viam-se agora às voltas com a queda da extração de ouro e pedras preciosas , e as constantes ameaças de cobrança de tributos atrasados. Para Portugal, era necessário recompor as finanças imperiais, abaladas na segunda metade do século XVIII. Para os colonos , tornava-se difícil pagar as cem arrobas anuais de ouro, valor estipulado pela Coroa portuguesa como o tributo da capitania. As dívidas aumentavam na mesma proporção das ameaças  . Nessa situação, o confronto era inevitável. Paralelamente, muitos jovens, filhos da aristocracia local foram enviados às universidades europeias, principalmente a Coimbra , onde tomaram contato com as idéias ilustradas e liberais. Alguns deles retornaram trazendo informações sobre a recém criada República norte-americana. Em 1788 a Coroa nomeou Luís Antônio Furtado de Mendonça , visconde de Barbacena, para o governo de Minas Gerais. O novo governador recebeu ordens expressas de estabelecer a derrama: a cobrança das cem arrobas anuais devidas à Metrópole , que recairia sobre todos os habitantes da capitania. O anúncio das novas medidas acirrou os ânimos e aprofundou a insatisfação. Grande parte da elite econômica e intelectual mineira figurava entre os devedores da Coroa ou estava sendo perseguida por suas vinculações com o contrabando praticado na região. Outros setores da sociedade também seriam atingidos pelo tributo.  Aproveitando-se desse clima, proprietários de terras e de minas, letrados e membros da administração envolveram-se numa conspiração que pretendia assassinar o governador e tornar Minas Gerais uma república independente. Além disso, cogitava-se criar uma universidade em Vila Rica (Seria a primeira nas terras americanas colonizadas por Portugal), desenvolver a manufatura (limitada até então pelo pacto colonial), libertar os escravos da capitania nascidos no Brasil, perdoar as dívidas atrasadas , transferir a capital de Vila Rica para São João del Rey e criar uma guarda nacional composta por cidadãos. Os planos começaram a ser elaborados em uma reunião , em Dezembro de 1788, na casa de Francisco de Paula Freire de Andrade , comandante militar da capitania . Os revoltosos marcaram o início da rebelião para fevereiro de 1789, quando imaginavam que seria cobrada a derrama.  No entanto , nesse entretempo , diante da insatisfação geral, o governo adiou a derrama , que foi oficialmente comunicada em 14 de março de 1789, quando imaginavam que seria cobrada a derrama. No entanto, nesse entretempo , diante da insatisfação geral , o governador adiou a derrama , que foi oficialmente comunicada em 14 de março de 1789. Alívio para grande parte dos mineiros , que desse modo escaparam à pesada tributação. Ainda assim um grupo de endividados teria e honrar seus compromissos. Eram os contratadores, homens que compravam da Coroa o direito de cobrar alguns impostos (o dízimo da Igreja e os tributos de importação) por determinado tempo. Entre essas figurava Joaquim Silvério dos Reis que, ao saber do adiamento da derrama, procurou uma outra forma de aliviar seus débitos. Denunciando seus companheiros no dia 15 de março de 1789, ele esperava ter suas dívidas perdoadas.

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