A elevação da produtividade não depende apenas das máquinas. Foi o que demonstraram os Estados Unidos no início do século XX, em plena Segunda Revolução Industrial , com a introdução de novas técnicas de produção industrial, que possibilitaram uma racionalização extrema no processo de trabalho no interior da fábrica : o taylorismo e o fordismo. O taylorismo , idealizado pelo inventor Frederick Winslow Taylor (1856-1915) , partia da concepção de que o trabalho fabril era um conjunto de tarefas totalmente independentes da profissão do trabalho. Para Taylor , o melhor operário não é nada mais que um operário. O conhecimento do processo produtivo era uma tarefa exclusiva do gerante , que deveria determinar e fiscalizar cada etapa dos trabalhos a serem feitos no menor espaço de tempo e sem perda de qualidade. O fordismo foi implantado pelo empresário Henry Ford (1863-1947) na produção de automóveis , no início do século XX. O modelo de produção fordista associava a linha de montagem às técnicas de organização do taylorismo. O automóvel , em processo de montagem , deslocava-se no interior da fábrica para a realização de cada etapa de produção. O trabalhador , especializado , realizava sua tarefa num tempo determinado e o automóvel continuava a se deslocar até a instalação da última peça, do último acabamento. Pela época em que Henry Ford começou a fabricar o Modelo T, em 1908, eram necessárias 7882 operações. Em sua autobiografia Ford registrou que destas 7882 tarefas especializadas, 949 exigiam "homens fortes, fisicamente hábeis"; 3338 tarefas precisavam de homens de homens de força física apenas "comum", a maioria do resto podia ser realizava por "mulheres ou crianças crescidas" e, continuava friamente , "verificamos que 670 tarefas podiam ser preenchidas por homens sem pernas, 2637 por homens com uma perna só, duas por homens sem braços , 715 por homens com um braço só e 10 homens cegos". Em suma , a tarefa especializada não exigia um homem inteiro , mas apenas uma parte. Nunca foi apresentada uma prova mais vividas de quanto a superespecialização pode ser brutalizante.
(Adaptado de Toffler, Alvin. A Terceira Onda. Rio de Janeiro , Record , 1980 , p. 62-63.)