As prostaglandinas são os hormônios mais recentemente descobertos na fisiologia humana. Receberam esse nome por terem sido detectadas primeiramente em grandes percentuais na composição do sêmen humano e de outros animais. O cientista U. S von Euler , seu descobridor, criou a denominação de prostaglandinas por atribuir à próstata a função secretora desses hormônios. Hoje, sabemos que existem numerosas prostaglandinas diferentes . As que são encontradas no sêmen ou esperma são muito mais produzidas pelas vesículas seminais do que pela próstata (onde é mínima a produção). Mas está provado que, não obstante a quantidade considerável desses hormônios que é "excretada" com o líquido seminal (um dos integrantes do esperma) , ocorre a produção de prostaglandinas em quase todos os tecidos do corpo , em doses extraordinariamente pequenas, quase indetectáveis pelos recursos habituais de pesquisa. As experiências têm demonstrado que a maioria das prostaglandinas atuam como estimulantes das contrações em fibras musculares lisas. Elas provocam a contração do útero e estão provavelmente relacionadas com a atividade sexual da mulher, bem como com certas etapas do ciclo menstrual. Sabe-se também que há uma pequena secreção de prostaglandinas nos ovários. Tem-se demonstrado , entretanto, que algumas prostaglandinas agem como dilatadoras de vasos sanguíneos, numa aparente contradição com as que determinam a contração do músculo uterino. Quimicamente , as prostaglandinas são formadas a partir de ácidos graxos insaturados (principalmente o ácido araquidônico) e podem ter a sua síntese interrompida por certos produtos como o ácido acetilsalicílico e a indometacina (analgésicos e anti-inflamatórios). Supõe-se que existam envolvimentos das prostaglandinas com espasmos uterinos durante o coito , com o abortamento, com o desencadeamento do trabalho de parto, com a menstruação , com a pressão arterial , além de outras intercorrências na atividade íntima das células nos mais diversos tecidos do corpo. Não há um sítio exclusivo do organismo onde elas sejam produzidas. É mais provável que a sua síntese ocorra ao nível das membranas celulares nos mais diversos tecidos, pois ela pode ser alterada com as variações quantitativas do AMP cíclico (substâncias de relevante papel na produção citoplasmática das proteínas que procedem como receptores químicos para o transporte de moléculas através da membrana plasmática).
