Durante os milhões de anos de evolução por que passaram as espécies , elas foram se adaptando a diferentes formas de excreção nitrogenada , de acordo com os seus meios de vida. Assim, as espécies aquáticas , que estão menos sujeitas aos riscos da desidratação e podem "perder água" mais seguramente, adaptaram-se à excreção da amônia , como produto final do metabolismo das proteínas. De fato, a amônia é altamente tóxica e irritante . Mas , em compensação , é também muito solúvel na água. Como tais seres estão continuamente "perdendo água" (Já que o 'ganho de água' também é contínuo) , a amônia , tão logo é formada , vai sendo expelida. Já os animais terrestres , como os mamíferos , por exemplo, não podem exagerar na sua "perda de água", têm que ser mais econômicos. Com isso, o produto nitrogenado de excreção deve permanecer circulando pelo corpo por mais tempo e , portanto, não poderia ser , consequentemente , a amônia. A Natureza dotou esses animais da capacidade de excretar a ureia , que é menos tóxica e menos irritante . Por outro lado, ela é relativamente bem solúvel na água e pode ficar circulando no plasma sanguíneo durante algum tempo, dentro de certos limites de concentração, até que seja filtrada pelos rins e eliminada com a urina. O mais interessante, no entanto, ocorreu como forma de adaptação dos animais ovíparos (notadamente répteis e aves). Como poderia um embrião sobreviver dentro de um ovo fechado, com casca rígida , se estivesse produzindo ali dentro amônia ou ureia? Para esses , a Natureza reservou outra solução : a excreção de ácido úrico , que é o menos tóxico dos catabólitos nitrogenados e também menos solúvel em água . Ele se acumula como uma pasta esbranquiçada no alantoide e não prejudica o embrião. Mas também , para o resto da vida do animal, essa será a sua principal forma de excreção nitrogenada. E tanto isso é verdade que , nas fezes das aves (em viveiros ou galinheiros ), observamos comumente a presença de uma nata esbranquiçada constituída de ácido úrico (lembre-se que ele é pouco solúvel na água e que , além disso, a urina , nas aves , é eliminada juntamente com as fezes). São chamados de amoniotélicos os animais cuja excreção nitrogenada mais abundante é a amônia . Classificam-se como ureotélicos os que excretam principalmente uréia. São uricotélicos os que têm no ácido úrico o principal excreta nitrogenado. Isso não impede , contudo , que alguns eliminem pequenas quantidades de um dos outros tipos de excreção mencionados. São amoniotélicos : espongiários , celenterados , crustáceos , anelídeos , moluscos, equinodermos e os peixes ósseos. São ureotélicos: peixes cartilaginosos , anfíbios e mamíferos. Os animais uricotélicos compreendem os insetos , as aves e a maioria dos répteis. Existem, todavia, outras substâncias de natureza nitrogenada que são menos comuns , mas que, em casos particulares , assumem papel de relevo na excreção dos produtos finais do metabolismo proteico. Nos peixes, por exemplo, ocorre intensamente a excreção do óxido de trimetilamina, responsável pelo cheiro característicos de peixe , que se torna mais notável após a morte do animal , com a sua putrefação . As aranhas excretam acetato de guanina por glândulas tegumentares, e os lepidópteros (borboletas) excretam pteridinas.