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domingo, 23 de fevereiro de 2020

A África De Língua Portuguesa


No continente africano, a língua portuguesa é o idioma oficial em Angola, Moçambique , Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. É igualmente falada em Guiné-Bissau , onde , porém , o crioulo é o idioma oficial. Esses países , assim como o Brasil, Portugal e o Timor Leste, localizado no Sudeste Asiático , participam da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) , fundada em 1996 com o objetivo de preservar e expandir o idioma português no mundo. Atualmente, a linguagem portuguesa , com cerca de 200 milhões de falantes , é o oitavo idioma mais falado do mundo, vindo depois do mandarim , inglês , hindu, espanhol, russo, árabe e bengali. Pode parecer uma posição modesta, mas devemos lembrar que existem cerva de 7 a 8 mil idiomas no mundo e , em número de falantes , o português está na frente de idiomas importantíssimos , como o japonês, o francês , o alemão , o italiano e outros. Mas esses idiomas muitas vezes são mais divulgados que o português , seja pela quantidade de livros, jornais , filmes , páginas na internet , seja por meio de programas de televisão , escolas espalhadas pelo mundo, etc. Isso ocorre por causa do grande desenvolvimento econômico do país de origem (Japão , Alemanha , França, Itália) e da preocupação desses países em divulgar e expandir sua língua , o que não ocorre com Portugal nem com o Brasil. Com isso, existia um pergunta : Quem sabe a criação da CLPL seja o início de uma política voltada para a valorização do idioma português , que sofreu grandes perdas, especialmente no século XX, causadas pela fragilidade econômica de Portugal? Tomemos como exemplo disso Macau, uma ex-possessão portuguesa na Ásia, na qual o português é um dos idiomas oficiais (com o cantonês) e cuja população nativa em grande parte resultou na miscigenação dos colonizadores portugueses com os chineses. Atualmente , apesar dos nomes de ruas e praças  em Português, quase ninguém fala ou reconhece esse idioma além do Macau, predonominando o chinês (cantonês e mandarim) , além do inglês. Parece que o mesmo vem ocorrendo no Timor Leste e em Moçambique , em ora num estágio menos avançado. O português ainda é o único idioma oficial de Moçambique, principalmente pelo fato de existirem várias línguas africanas , mas nenhuma delas ser falada pela maioria da população . Apesar disso, em virtude da extrema pobreza do país e da carência de escolas , quase não há o ensino do idioma português, que pode acabar se extinguindo com o tempo. Enquanto isso, alguns países mais ricos (a vizinha Africana do Sul e , sobretudo, o Reino Unido e os Estados Unidos) investem na construção de escolas ou cursos de inglês, que começam a se tornar uma língua cada vez mais falada em Moçambique , até mesmo nas rádios e nos programas de televisão . Mas a África ex- portuguesa enfrenta inúmeros problemas econômicos e políticos. Angola, que se tornou independente de Portugal em 1975, vem produzindo e exportando petróleo há cerca de duas décadas . Contudo, a necessidade de combater o movimento guerrilheiro da Unita (União para a Independência Total de Angola) tem contribuído para diminuir a produção agrícola angolana, agravando os problemas de fome e subnutrição . Desde 1990 vêm ocorrendo mudanças em Angola, com a legalização de novos partidos e a assinatura de uma trégua entre o governo e a Unita. Apesar disso, instabilidade política , agravada pelo acirramento de conflitos étnicos , e a penúria econômica da população continuam caracterizando o país no início do século XXI.  Moçambique vive problemas semelhantes aos de Angola. Com a agravante de ter uma economia ainda mais pobre e de não ter petróleo . A situação de penúria e fome nessa ex-colônia portuguesa é enorme e piorou em consequência das lutas entre as tropas do governo e as guerrilhas, incluindo-se aí os conflitos internos do próprio governo. Por isso, calcula-se que sua produção agrícola hoje atinja somente cerca de 50% do que era produzido na época em que se tornou independente (1975). Ainda neste início do século XXI Moçambique pôde obter a ajuda da ONU para realizar eleições sérias (sem fraudes e corrupção) e reunir  os diversos grupos políticos e étnicos que disputam o poder num governo de união visando ao desenvolvimento do país. 

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