O
sistema nervoso periférico é composto pela intensa rede de nervos que partem do
SNC e se distribuem por todo o corpo (nervos motores) e de nervos que vêm de
todas as áreas do organismo e convergem para o SNC (nervos sensitivos).
Naturalmente , existem nervos mistos, cujas características incluem as de ambos
os tipos mencionados anteriormente , isto é , conduzem as ordens do SNC para os
diversos pontos do corpo e , ao mesmo tempo, transmitem as percepções
sensoriais desses mesmos pontos para o SNC.
Podemos , então, dizer que o SNP (sistema nervoso periférico) compreende
todos os nervosos do nosso corpo. Muitos desses nervos têm a sua atuação na
dependência da vontade do indivíduo , revelando ação volutária. Esses nervos
motores de ação voluntária , juntamente com os nervos sensitivos (que permitem
ver , ouvir , sentir dor , cheiro , gosto , calor ou frio etc.) , oferecem ao
indivíduo a possibilidade de se relacionar com o meio ambiente. Por isso , eles formam o que podemos chamar
de sistema nervoso da vida de relação. Este sistema contrasta com um outro
grande número de nervos que atuam sem a consciência ou a vontade do indivíduo ,
regulando a atividade de inúmeros órgãos , como o coração, o estômago , os
intestinos , os movimentos do diafragma , as secreções das glândulas salivares
, o diâmetro das pupilas etc. Esses nervoso de ação involuntária , que trabalham sem a pessoa
sequer suspeitar , formam em conjunto o sistema nervoso autônomo ou sistema
nervoso da vida vegetativa. Existem lesões que destroem áreas do SNC , anulando
completamente a atuação do sistema nervoso da vida de relação , mas deixando
inato o sistema nervoso da vida vegetativa . Quando isso ocorre , a pessoa
deixa de ter relação com o mundo que a rodeia e passa a uma vida estritamente
vegetativa (os órgãos funcionam bem, mas o indivíduo parece não sentir mais
nada, nem responde aos estímulos externos).
É comum chamar-se o sistema nervoso da vida de relação de sistema
nervoso somático , o que não nos parece muito lógico , uma vez que o sistema nervoso autônomo, atuando sobre as
diversas partes do corpo, é , consequentemente, também somático. O sistema
nervoso da vida de relação compreende nervoso que se originam diretamente no
encéfalo (particularmente, no cérebro , no cerebelo , na ponte ou protuberância
, e , mais numerosamente , no bulbo) e nervos que se originam na medula
raquiana. Distinguimos , então, os nervos cranianos e os nervos raquianos ,
respectivamente. Denominam-se nervoso cranianos aqueles que nascem diretamente
do encéfalo. Nos mamíferos , eles são em número de 12 pares (em outros
vertebrados , encontram-se apenas 10 pares). Alguns são sensitivos ; outros ,
motores ; outros , ainda , são mistos.
Todos são catalogados por números. Muitas vezes , faz-se referência a um
determinado par pelo seu número , e não pelo seu nome. Assim, torna-se obrigatório
o conhecimento dos 12 pares de nervos cranianos pelos seus números de ordem.
Todos eles atuam sobre órgãos e músculos da cabeça e do ombro. Apenas o
pneumogástrico ou vago se dirige para o interior do tronco e inerva as vísceras
, como o coração , o estômago, o intestino e outros órgãos. Aliás, esse é o
único par craniano que tem atuação involuntária , pertencendo , portanto , ao
sistema nervoso autônomo. Os nervos raquianos nascem todos da medula raquiana ,
mas dirigem-se para pontos diversos do corpo , como braços , tronco e pernas.
Compreendem 31 pares e são todos mistos , isto é , transmitem sensações da pele
e dos órgãos para a medula , como transmitem as ordens motoras desta para os
músculos. Cada nervo raquiano contém
fibras sensitivas , que trazem para a medula percepções sensoriais de uma região
do corpo , e fibras motoras , que levam da medula estímulos motores para essas
mesmas regiões. Os nervoso raquianos emergem da medula por meio de duas raízes
- raíz anterior e raiz posterior - , as quais se juntam logo adiante formando o
nervo propriamente dito. As raízes posteriores (com fibras sensitivas) são
aferentes em relação à medula , pois conduzem o estímulo no sentido dela. As
raízes anteriores (com fibras motoras) são eferentes em relação à medula , pois
levam estímulos que se afastam dela. Portanto, na sua maior extensão, cada
nervo raquiano encerra fibras sensitivas e fibras motoras e procede como uma
"estrada de mão-dupla" . Pelas fibras sensitivas vêm os estímulos de
percepção e pelas fibras motoras vão as ordens de comando. O estímulo sensitivo
é captado por receptores, na pele. As fibras sensitivas do nervo raquiano
conduzem o impulso nervoso até a medula , penetrando-o por uma raiz posterior.
Na massa cinzenta , há um neurônio de associação ou de transição. O impulso passa
pela sinapse que existe entre o neurônio sensitivo (cujo corpo fica no gânglio
espinhal) e o neurônio de transição . Deste , o estímulo prossegue , passando
por outra sinapse . Para o neurônio motor , cujo corpo também se localiza na
massa cinzenta , indo , contudo , o seu axônio integrar a raiz anterior. Da
reunião das duas raízes resulta o nervo raquiano. As fibras motoras (axônios) vão terminar em
músculos.
quinta-feira, 21 de junho de 2018
O Sistema Nervoso Periférico
Marés
Um fato que qualquer pessoa que
viva à beira-mar pode perceber facilmente é que as águas do mar têm um
movimento periódico de "sobe e desce" : são as marés. Na média , a
diferença de nível entre as Marés é da
ordem de 1 metro. Mas há locais da Terra em que essa diferença chega a 15
metros , como na praia de Moreré , Bahia. O que ocasiona essa movimentação das
águas? Galileu tentou explicar as marés pela atração da Lua. Podemos representar a Terra como isolada da
ação de outros corpos : o nível da água do mar é o mesmo ao redor de todo o
globo terrestre. Porém , a Terra não está isolada. Vamos falar sobre essa
explicação de Galileu : A atração da Lua provoca um deslocamento das águas do
mar, produzindo uma maré alta e ao mesmo tempo uma maré baixa , em outro ponto.
A ideia é boa , mas tem um problema : por essa teoria teríamos uma maré alta e
uma maré baixa por dia , enquanto a experiência nos diz que temos duas marés
altas e duas marés baixas por dia? Como
explicar isso? Quem conseguiu explicar corretamente as marés foi Newton ,
usando sua Lei da Gravitação. Porém, antes de explicar a demonstração, vamos
descrever rapidamente o que sabemos hoje sobre as marés.
¤Descrição dos Fatos:
As marés são provocadas pelos
efeitos conjuntos da Lua e do Sol; no entanto, como iremos ver em breve , o
efeito da Lua é maior que o efeito do Sol (cerca de 2,5 vezes maior). Assim,
representamos o que realmente acontece. A cada instante temos em pontos opostos
, duas marés altas e duas marés baixas se alternando a cada 6 horas
aproximadamente: alta, baixa , alta, baixa. Se a Terra não tivesse movimento de
rotação, teríamos a situação em que a Terra não arrastaria as águas do mar
fazendo com intervalo de tempo entre duas marés seja de 6 h 12 min 30 s, e não
de 6 horas. O arrastamento das águas tem um efeito importante. O atrito entre a
água e a Terra acarreta uma perda de energia cinética de rotação da Terra ,
fazendo com que sua velocidade angular vá diminuindo. Calcula-se que o período de rotação da Terra
diminua 0,002 segundo a cada século. Não
é só a água que se desloca pela ação da Lua. A Terra também de deforma. Entre
uma maré alta e uma maré baixa, a Terra deforma-se cerca de 2m centímetros.
Isso acarreta uma variação na aceleração local da gravidade de, aproximadamente
, 0,0000025 m/s2. Como já dissemos , a influência do Sol é menor que a da Lua
nas marés. No entanto , essa influência existe e , quando o Sol , a Terra e a
Lua estão alinhados , há um reforço dos efeitos. Isso ocorre na lua cheia ( a
Terra entre o Sol e a Lua) e na lua nova ( a Lua entre o Sol e a Terra).
Principais Glândulas Endócrinas E Mistas Humanas
É a glândula endócrina que
realiza maior número de funções no organismo humano. Seus hormônios têm
desempenho sobre diversas outras glândulas endócrinas , estimulando-as nas suas
atividades. Não obstante seu grande papel , a hipófise tem a minúscula dimensão
de um grão de ervilha. Localiza-se bem no centro geométrico da base do crânio,
alojada na sua sela túrcica (ou turca) do osso esfenóide. Ela está ligada ao
hipotálamo (região do encéfalo) por um fio pedículo de estrutura nervosa. A
hipófise , nos mamíferos , mostra-se constituída de duas porções ou lobos - o
lobo anterior ou adeno-hipófise e o lobo posterior ou neuro-hipófise. O
primeiro tem origem embrionária a partir do epitélio do céu da boca. Tem,
portanto, estrutura epitelial (epitélio glandular). O segundo, nascido do tubo neural
(do qual nasce também o cérebro), tem estrutura nervosa em vertebrados
inferiores (peixes e répteis) , hipófise
apresenta uma porção intermediária os dois lobos , na qual se forma um hormônio
- a intermedina - que atua sobre os cromatóforos da pele , determinando
mudanças de coloração do animal, principalmente na época da reprodução. Os
hormônios produzidos pela adeno-hipófise são controlados por hormônios
liberadores de origem hipotalâmica . A neuro-hipófise não produz hormônios -
apenas armazena e lança na circulação os hormônios produzidos pelo hipotálamo.
A - Adeno-Hipófise ou Lobo
Anterior da Hipófise
O lobo anterior da hipófise
produz diversos hormônios , a maioria representada por hormônios tróficos, isto
é , que atuam sobre outras glândulas ou órgãos cujos desempenhos estão
relacionados com o desenvolvimento do indivíduo. São eles:
¤Hormônios somatotróficos ou do
crescimento (STH - Somotrophic Hormone) :
Este hormônio é produzido durante
a infância e a adolescência . Ele atua sobre as células dos tecidos
cartilaginoso, ósseo e muscular , contribuindo para o crescimento do indivíduo.
A deficiência na produção hipofisária do STH durante a infância acarreta o
nanismo (porte de anão). A hiperfunção hipofisária com excesso de STH na infância
e na adolescência leva ao gigantismo. A produção do hormônio do crescimento no
indivíduo adulto determina a acromegalia (desenvolvimento anormal das
extremidades ósseas , como mãos , pés , queixo , arcadas supra-ópticas etc.). ¤Hormônio tireotrófico :
Com esta secreção, a hipófise
estimula a atividade endócrina da tireóide, cujos hormônios têm notável
desempenho no desenvolvimento físico e psíquico das pessoas.
¤Hormônio Adrenocorticotrófico :
É estimulante das funções do
córtex das supra-renais ou ad-renais. A deficiência desse hormônio pode
provocar sérias complicações , que serão melhor compreendidas depois de
analisarmos os papéis exercidos pelas glândulas ad-renais.
¤Hormônios Gonadotróficos:
Esses hormônios agem sobre as
gônadas de ambos os sexos. Na mulher , o FSH (hormônio folículo-estimulante)
incentiva a maturação dos folículos de Graaf , com o desenvolvimento dos
ovócitos, interferindo indiretamente no ciclo menstrual . No homem , esse mesmo
hormônio estimula a produção de espermatozoides nos tubos seminíferos. O LH
(hormônio luteinizante) , nas mulheres , induz a ovulação e , consequentemente
, Graad já vazio , depois que eliminou o óvulo (ovócito secundário). Também ,
indiretamente , coordena os ciclos menstruais. No homem, o LH (outrora conhecido
como ICSH - Intersticial cells Stimulating Hormone) funciona estimulando as
células intersticiais de Leydig na produção de hormônios masculinos,
responsáveis pela virilização do indivíduo.
¤ Prolactina:
É um hormônio que , sob
determinadas condições , estimula a produção de leite nas glândulas mamárias.
Nos pombos , quando há crias, esse hormônios determina a produção do
leite-de-pombo , uma secreção leitosa do papo .
B- Neuro-hipófise ou Lobo Posterior da Hipófise
O lobo posterior a hipófise (neuro-hipófise)
é apenas um estocador de hormônios de origem hipotalâmica. Esses hormônios
descem do hipotálamo para a neuro-hipófise ao longo dos axônios de alguns
feixes de neurônios. Os principais desses hormônios são a ocitocina e o
hormônio antidiurético.
¤Ocitocina:
A ocitocina provoca contrações
fortes da musculatura lisa do útero na ocasião do parto e após ele. A sua
liberação na corrente sanguínea depende de estímulos do sistema nervoso. Esse
hormônio atua, ainda , sobre as fibras musculares lisas que envolvem as
glândulas mamárias, provocando a contração das mesmas e a ejeção do leite.
Repare , portanto, que a produção do leite é desencadeada pela ação da
prolactina (lobo anterior da hipófise) , mas a ejeção do leite está na
dependência da ocitocina (hipotálamo e lobo posterior da hipófise).
¤Hormônio Antidiurético:
Já vimos o importante papel que
desempenha o ADH no mecanismo da reabsorção tubular da água nos rins. A
deficiência desse hormônio na corrente sanguínea provoca ciência desse hormônio na corrente
sanguínea provoca uma intensa diurese (grande quantidade de urina , chegando
até 20 litros diários, quando o normal fica em torno de 1,5 litro). A grande
perda de água provoca desidratação e sede intensa. O sangue fica mais concentrado
e , consequentemente, a taxa de glicose "parece" mais alta. Embora
não seja comum , pode haver eliminação de glicose na urina , já que a
reabsorção tubular ficou prejudicada. Todo esse conjunto de sintomas e sinais
lembra muito o quadro clínico da diabete melito . Esse falso quadro de diabete
é denominado diabete insípida. Alguns hormônios funcionam estimulando nas
células a produção do AMP cíclico (monofosfato de adenosina cíclico) , o qual
desencadeia a síntese de certas proteínas que agem como receptores e
transportadores de substâncias ao nível membrana celular. Assim agem a insulina
, a mais esteroides estimulam o funcionamento de genes. Eles induzem a
"transcrição" e a
"tradução" do código genético do DNA , com a consequente produção de
proteínas específicas que vão determinar o aparecimento de um caráter
hereditário no indivíduo. O ADH, por seu papel na elevação da pressão sanguínea
, costuma ser chamado também de vasopressina. Como a sua produção deficiente
leva à diabete insípida , tem sido (ainda que de mau gosto) cognominado
hormônio antidiabetogênico da hipófise , o que , por mera coincidência ,
continua correspondendo à sigla ADH. Os hormônios hipofisários e hipotalâmico
atuam sobre outras glândulas endócrinas estimulando-as. O controle da atividade
hipofisária é feito , por mecanismo de feedback , em função da concentração no
sangue dos hormônios liberados pelas glândulas por ela estimuladas. Quando
esses hormônios atingem valores elevados , a hipófise diminui a sua própria
atividade.
Pâncreas
O pâncreas é uma glândula mista
localizada abaixo e atrás do estômago. Sua "secreção externa" é o
suco pancreático , rico em zimogênios (tripsinogênio , quimotripsinogênio),
enzimas (carboxipeptidases , lipases , amilase pancreátca ou nucleases) , além
de íons bicarbonato. A função endócrina do pâncreas é realizada por um grande
número de grupamentos celulares que receberam o nome de ilhotas de Langerhans.
Nessas ilhotas , distinguem-se células de dois tipos: as células-alfa e as
células-beta. As primeiras produzem o glucagon , e as últimas , a insulina. O
glucagon promove no fígado a glicogenólise , isto é , o desdobramento do
glicogênio em glicose , com o descarregamento desta na corrente sanguínea
(papel semelhante ao realizado pela adrenalina). O glucagon (juntamente com adrenalina e os glicocorticóides) tem papel
glicemiante. Já a insulina é antiglicemiante , pois , lançada no sangue ,
promove alterações na membrana plasmática das células , facilitando a entrada
da glicose para consumo imediato. A produção deficiente de insulina pelas
células-beta das ilhotas de Langerhans se faz acompanhar do acúmulo de glicose
no sague (hiperglicemia). Quando a taxa de glicose ultrapassa um certo limite
(em torno de 180 mg/100 ml), começa-se a observar a excreção de glicose na urina.
Isso é característico da diabete melito. Além do papel mencionado acima , a
insulina também estimula a conversão da glicose em glicogênio , o que reforça a
retirada de glicose do sangue (função hipoglicemiante). Como vimos , diversos
hormônios atuam na regulação do açúcar sanguíneo (cortisol, adrenalina ,
insulina e glucagon). O glicogênio é um polissacarídeo formado pelo
encadeamento da milhares de moléculas (resíduos) de glicose. Ele é armazenado
no fígado e nas fibras musculares estriadas. Distinguimos , portanto, o
glicogênio hepático e o glicogênio muscular. A testosterona é produzida nos
testículos sob o estímulo do LH da hipófise . Mas também surge como produto do
metabolismo dos androgênios liberados pelo córtex supra-renal. A insuficiência
funcional endócrinatesticularr pode provocar o eunucoidismo ou efeminização,
sem que haja necessariamente a esterilidade do indivíduo. A função secretora
externa pode continuar normal.
As Bacias Secundárias
As bacias secundárias reúnem um
conjunto de bacias localizadas nas proximidades do litoral ; apresentam rios de
pequena extensão , geralmente com poucos afluentes. São consideradas bacias
secundárias:
¤Bacias do Nordeste - Destacam-se
os rios permanentes de Mearim , Turiaçu e Itapecuru (No Maranhão) ; Parnaíba
(Maranhão/Piauí) ; e Beberibe e Capibaribe (Em Pernambuco). Contudo , a maior
parte dos rios situa-se no sertão ; eles são temporários (intermitentes) , como
o Jaguaribe (Ceará) , considerando o maior rio temporário do mundo.
¤Bacias
do Leste - Destacam-se os rios
Jequitinhonha , que corta uma região extremamente pobre do nordeste de Minas
Gerais ; Doce , que abrange tradicional área de mineração neste estado ; e
Paraíba do Sul , que atravessa importante região industrial do Brasil e de
grande concentração urbana (São Paulo e Rio de Janeiro). ¤Bacias do Sudeste-Sul - São importante rios
dessa bacia o Ribeira do Iguape (São Paulo, próximo à fronteira do Paraná) ,
região mais empobrecida econômica e socialmente do estado o Itajaí (Principal região industrial de
Santa Catarina) e o Tubarão (região carbonífera e industrial , também situada
em Santa Catarina). No Rio Grande do Sul , destacam-se os rios Guaíba (Porto
Alegre) e Jacuí , além das lagoas dos Patos , Mirim e Mangueira. O subsolo do
território brasileiro armazena grande quantidade de água , inclusive sob as
áreas semi-áridas do Nordeste. As águas subterrâneas nem sempre são apropriadas
para consumo. O volume das águas encontradas próximo à superfície , as quais
formam os lençóis freáticos , não só é pequeno como pode estar contaminado.
Essas águas , bastante exploradas , podem conter toxinas oriundas tanto da
agricultura como de atividades industriais. Os reservatórios subterrâneos ,
localizados a centenas de metros de profundidade e que apresentam enorme volume
de água (centenas de milhares de km3) , são denominados aquíferos. Esses
aquíferos provavelmente não estão contaminados. Nem trecho do subsolo
brasileiro encontra-se parte do maior aquífero do mundo - o Sistema Aquífero
Guarani - , localizado justamente numa das áreas de maior concentração
populacional e de maior consumo de água do país. As águas desse aquífero também
ocupam trechos do subsolo da Argentina , do Paraguai e do Uruguai . Portanto ,
para preservar esse imenso manancial de água doce e de boa qualidade, é
necessário implantar uma política conjunta de exploração e de controle
ambiental.
As Correntes Marinhas
As
correntes marinhas , cujo fluxo deve ter velocidade superior a 12 milhas
marítimas por dia , são os movimentos mais importantes que as água do mar
apresentam. Elas podem ser comparadas a rios de água salgada, com temperatura
diferente da massa de água oceânica por onde passam . Além disso , elas
circulam em outra velocidade em função da diferença de temperatura e salinidade
, que modificam a sua densidade. Essa diferença de densidade entre as águas que
formam as correntes e as que circundam no oceano faz com que elas tenham
velocidade própria e sigam sempre uma direção regular e relativamente precisa.
O movimento e a direção das correntes depende de ventos regulares , destacando
os alísios , do movimento de rotação da Terra e do contorno dos continentes. A
importância prática do estudo das correntes marinhas reside no fato de que
nelas encontram-se os alimentos necessários à vida marinha , pois são ricas em
microrganismos (plâncton) e servem de base para a alimentação dos peixes. Por
isso as correntes constituem lugares favoráveis ao desenvolvimento de grandes
cardumes e , consequentemente , à atividade pesqueira. É o caso das áreas
oceânicas próximo aos litorais da Noruega (Gulf Stream) , do Peru (Corrente de
Humboldt) e do Japão (corrente do Japão). Além disso , as correntes , quando se
aproximam do continente , influenciam o clima das regiões situadas junto à
costa litorânea. Dos minerais encontrados nas águas marinhas , o mais abundante
é o cloreto de sódio , comumente conhecido por "sal de cozinha" . Além
dele aparecem também outros sais em menor quantidade , como cloreto de magnésio
, o sulfato de magnésio e o sulfato de cálcio. A salinidade varia de um local
para outro devido à temperatura, à evaporação , às chuvas e o desaguamento dos
rios. O valor médio da salinidade é de 35% , ou seja , 35 g de sais por 1000 g
(1 litro) de água. Nas áreas onde a evaporação é intensa e a quantidade de
chuva é pequena , a salinidade apresenta-se mais elevada. Nas regiões mais
frias , a salinidade é menor devido à pequena intensidade da evaporação e à
diluição da água do mar pelo derretimento das neves. Os mares tropicais pouco
profundos (onde a evaporação é mais intensa ) são mais salgados que os situados
próximo aos pólos, nos quais os gelos glaciares aportam. Também são menos
salgados os mares onde deságua um maior número de rios , cujas águas ,
carregando diversos materiais em suspensão, reduzem o índice de salinidade.
Enquanto o mar Negro tem um índice de salinidade de 1,5% , o Báltico possui
apenas 0,02% e o vermelho , localizado em região árida , apresenta uma
salinidade de 40% , acima da média geral. Entretanto, o maior índice de
salinidade é apresentado pelo mar Morto , de 250%. A temperatura das águas
depende da quantidade de isolação recebida pela superfície . Como a água demora
mais tempo do que a terra para aquecer e para resfriar , a temperatura dos
oceanos é mais uniforme. Se a temperatura das águas marinhas depende da
isolação , ela será mais elevada na superfície do que em profundidades maiores
e mais elevada também na linha do Equador do que nos pólos.
Biotecnologia E A Nova Revolução Agrícola
A biotecnologia é o conjunto de tecnologias
aplicadas à Biologia , utilizadas para manipular geneticamente plantas ,
animais e micro-organismos por meio de seleção , cruzamentos naturais e
transformações no código genético. Ela teve grande desenvolvimento nas décadas
de 1970 e 1980 , mas vem sendo estudada e aplicada desde os anos 1950 , em
vários países do mundo . A própria Revolução Verde , que criou semente híbridas
, foi uma das detonadoras da biotecnologia. Embora , em boa parte , ela se
associe à atividade agrícola , tem aplicabilidade também em outros setores. As suas atividades
estão ligadas à clonagem , à indústria farmacêutica ( na manipulação de novas
fórmulas de medicamentos , por exemplo ), à fabricação de plásticos
biodegradáveis e de conservantes de alimentos e a outras aplicações ainda em
fase de desenvolvimento . Uma das aplicações modernas da biotecnologia consiste
na alteração da composição genética dos seres vivos , quando se inserem , por
exemplo, genes de outros organismos vivos no DNA dos vegetais . Por esse processo
pode-se alterar o tamanho das plantas , retardar a deterioração dos produtos
agrícolas após a colheita ou torná-los mais resistentes às pragas , aos
herbicidas e aos pesticidas durante a fase do plantio , assim como possibilitar
maior adequação dos vegetais aos diferentes tipos de solos e climas. Os
vegetais derivados da alteração genética são chamados de transgênicos. Nos
produtos agrícolas criados através da engenharia genética , os traços genéticos
naturais indesejáveis podem ser eliminados , e outros implantados
artificialmente para aprimorar a sua qualidade. Entre os produtos que já
participam do mercado ou estarão disponíveis nos próximos anos , é possível
destacar , como exemplos :
¤Tomate de amadurecimento lento ;
¤Batatas Maiores E Com Polpas Mais
Densas;
¤Bananas de maior tamanho e
adaptadas a clima mais frio;
¤Milho e algodão quase totalmente
imunes às pragas;
¤Soja resistente a herbicidas;
¤Soja com mais proteína ;
¤Melancia e uva sem caroço;
¤Cebola e couve produzidas o ano
inteiro;
¤Trigo para ser cultivado no
deserto;
¤Frutas cítricas resistentes às
geadas;
¤Gado de corte com imunidade a
doenças.
A
biotecnologia utilizada para estimular o aumento da produtividade na
agropecuária tem sido aplicada já há algum tempo e a avaliação dos resultados é
bastante controvertida. Na pecuária , são utilizadas injeções de hormônios para
aumentar a capacidade reprodutiva , o crescimento e o peso dos animais. O uso
de anabolizantes é outra técnica bastante utilizada na atividade criatória ,
inclusive no Brasil: eles permitem maior absorção dos nutrientes pelo organismo
do animal , promovendo uma elevação substancial da massa , que pode atingir até
20% em relação ao processo de criação natural. Os efeitos desses produtos
alimentícios para a saúde humana estão sendo estudados. Na agricultura , também
há muitas controvérsias sobre os possíveis danos dos vegetais transgênicos não
só para a saúde das pessoas , mas também para os ecossistemas. De modo geral ,
os críticos ao uso dos organismos geneticamente modificados (OGMS) apontam para
a necessidade de se fazer testes mais amplos e específicos , ou seja , para
cada produto transgênico. Além disso, as novas variedades genéticas são
produzidas por grandes corporações multinacionais , como a norte americana
Monsanto, cujas mudas e sementes têm sido patenteadas. Essas novas variedades
só podem ser utilizadas mediante o uso das patentes e do pacote tecnológico
necessário à sua produção. Com isso , é reduzida a quantidade de beneficiados
por essa tecnologia , além de acentuar a dependência tecnológica dos países
subdesenvolvidos em relação aos desenvolvidos. Além disso , a biotecnologia não
está totalmente isenta de danos generalizados na produção de alimentos . Com
ela , haverá uma homogeneidade cada vez maior das espécies cultivadas , pois os
agricultores optarão pela plantação das mais produtivas e mais resistentes. Nos
últimos tempos, o desafio da engenharia genética tem sido a criação de produtos
sintéticos em laboratórios. O impacto desses produtos deverá ser ainda mais
intenso que aquele provocado pela introdução de novas tecnologias nos setores
industriais e de serviços.
Política Agrícola E Mercado No Mundo Desenvolvido
A política agrícola da maior
parte dos países ainda não se adaptou à economia mundial. De um lado , os
países subdesenvolvidos não dispõem de recursos financeiros volumosos para
subvencionar seus agricultores. De outro , os países desenvolvidos , como
Japão, Estados Unidos e integrantes da
União Européia , mantém uma política agrícola com subsídios aos agricultores e
protecionismo de mercado. Entre os temas
mais polêmicos na OMC (Organização Mundial do Comércio) estão as quixas dos
países subdesenvolvidos, que pedem redução dos subsídios para a produção
agrícola e o fim da proteção dos mercados internos (os países protecionistas
impõem tarifas elevadas às importações de alimentos e matérias-primas de origem
agropecuária). Essa elevada taxação ,
reforçada por uma redução nas cotas de importação por parte dos três principais
centros da economia mundial (EUA, Japão e União Europeia), agrava ainda mais os
problemas econômicos e sociais dos países que dependem da exportação agrícola e
dificulta as importações de produtos fundamentais ao seu desenvolvimento , como
máquinas , equipamentos industriais e implementos agrícolas. Do ponto de vista
do consumidor que vive nos países desenvolvidos , as políticas agrícolas têm
sido duplamente prejudiciais. Primeiro , porque os recursos (subsídios)
destinados aos agricultores são pagos indiretamente por todos os contribuintes.
Segundo, porque as altas tarifas para as importações elevam também o preço pago
pelos consumidores no mercado interno desses países. Essa situação não pode ser
generalizada , mas ela atinge a maioria da população que vive nos países desenvolvidos.
Por fim, é preciso ressaltar também que os países subdesenvolvidos , de modo
geral, exportam , principalmente , gêneros que não são de primeira necessidade,
ocorrendo o oposto em relação aos países desenvolvidos. Costuma-se afirmar, com
base nisso , que os países subdesenvolvidos exportam a "sobremesa",
enquanto os desenvolvidos , o "prato principal".
A Agricultura Orgânica
Ao mesmo tempo em que a
engenharia genética enfrenta desafios e a biotecnologia avança a passos largos
, a prática da agricultura orgânica ganha muitos adeptos não só nos países
desenvolvidos , sobretudo europeus , mas também em vários países
subdesenvolvidos , com a utilização de métodos naturais pela correção do solo e
controle de pragas , por exemplo. Vários problemas - como carne bovina
contaminada ("doença da vaca louca" , na Europa) , verduras com
excesso de agrotóxicos , águas poluídas por pesticidas , esgotamento o solo por
causa do uso intensivo de irrigação - têm forçado as pessoas envolvidas no
processo de produção agropecuária a repensarem os métodos utilizados. A
agricultura orgânica é , desse modo, uma prática que pode contribuir para a
redução dos danos causados aos ecossistemas , muitos deles já bastante afetados
pela aplicação das técnicas próprias da agricultura moderna , que contribuem
para a degradação dos solos, a poluição dos lençóis freáticos , córregos e rios
, a destruição de espécies vegetais e animais . Os consumidores deste início do
século XXI, por sua vez , estão cada vez mais conscientes em relação aos
problemas ecológicos e muitos têm desvantagem de serem mais caros que os
tradicionais , além de , no caso de frutas , verduras e legumes , terem menor
volume. As formas de auxiíio do governo
a empresas ou produtores individuais , como : empréstimos com jutos mais baixos
que os de mercado e prazos mais longos ; isenção total ou parcial para
pagamento de impostos ; no caso da agricultura , inclui-se também o pagamento
de uma quantia - proporcional ao lucro - para que o produtor não plante , a fim
de evitar que o preço de uma mercadoria caia ou para forçar uma elevação do
preço - Isso tudo é chamado de "Subsídios".
Ametropias Do Olho
Chamamos de ametropia qualquer
deficiência no globo ocular que resulte na alteração do posicionamento do ponto
máximo (PP) ou do ponto remoto (PR). São exemplos : a miopia , a hipermetropia
e a presbiopia. Num olho emetrope (normal) , com os músculos ciliares relaxados
, isto é , sem nenhum esforço visual , o foco do sistema está na retina , na
fóvea centralis. Sua vergência é de 61 dioptrias. Assim, se um feixe de luz cilíndrico incidir
sobre o olho emetrope , paralelamente ao seu eixo óptico , os raios refratados
no interior do globo convergirão para esse foco na retina , a fóvea . Isso não
ocorre se houver alguma anomalia no globo ocular. Alguns problemas de visão
resultam da incorreta relação entre a vergência e a distância da retina ao
cristalino. As duas anomalias mais importantes são a miopia e a hipermetropia.
Num olho míope , estando o cristalino descontraído , se um feixe de luz
cilíndrico incidir sobre ele , paralelamente ao
seu eixo óptico , os raios refratados no interior do globo convergirão
para um foco situado antes da retina . A vergência é excessiva em relação à
distância da retina ao cristalino. Geralmente , a córnea é muito abaulada , sua
face tem pequeno raio de curvatura , causando vergência muito grande. Pode
ocorrer , também , de o globo ocular ser um pouco alongado. Num olho
hipermetrope , estando o cristalino descontraído , se um feixe de luz
cilíndrico incidir sobre ele , paralelamente ao seu eixo óptico , os raios
refratados no interior do globo convergirão para um foco situado atrás da
retina . A vergência é pequena em relação à distância da retina ao cristalino.
Geralmente , a superfície da córnea tem pouca curvatura , o que diminui a sua
vergência. Pode ocorrer também de o globo ocular ser um pouco achatado. Já na
miopia , num olho normal , o ponto remoto encontra-se no infinito , ao passo
que num olho míope ele se encontra a uma distância finita do olho , o que lhe
traz certa dificuldade para enxergar até mesmo a médias distâncias. Caso o
observador tente fazer um esforço de acomodação , os músculos ciliares contrairão
o cristalino e a vergência aumentará , piorando a focalização do objeto. O olho do míope tem o ponto próximo (PP) a
uma distância inferior a 25 cm , sem que isso lhe acarrete nenhum problema ;
aliás , há até uma vantagem : objetos colocados mais próximo do olho são
enxergados sob maior ângulo visual e , portanto , com mais detalhes . A zona de
acomodação do olho míope é um segmento finito. Como o olho míope tem excesso de
vergência , mais do que 61 dioptrias, para corrigí-lo recomenda-se uma lente divergente
, que possui vergência negativa.
quarta-feira, 20 de junho de 2018
Hipermetropia
Num
olho normal, o ponto próximo encontra-se a uma distância relativamente pequena
, convencionalmente a 25 cm do globo ocular , ao passo que num olho
hipermetrope ele se encontra mais afastado , que lhe traz certa dificuldade
para "visão de perto" . Cotidianamente , considera-se hipermetrope o
olho com distância mínima de visão distinta superior a 35 cm (à vista desarmada
, a leitura de um livro torna-se-ia impraticável). Para uma hipermetropia não
muito acentuada , o olho não apresenta problemas de focalização de objetos
infinitamente afastados. Basta um pequeno esforço de acomodação. Como o olho
hipermetrope tem vergência insuficiente , menos do que 61 dioptrias , para
corrigí-lo recomenda-se uma lente convergente , que possui vergência positiva.
Se a hipermetropia for acentuada , haverá também a necessidade de corrigir a
"visão para longe" , o que é feito com uma segunda lente convergente
, pois o olho tem baixa vergência . Nesse caso , pode-se optar por usar um par
de óculos para perto e outro para longe , ou , ainda , lentes bifocais.
Modernamente , temos também as lentes multifocais , com "graduação
progressiva". [Presbiopia-
"Vista Cansada"] Com o avançar da idade , o cristalino vai perdendo
sua elasticidade , o que dificulta o trabalho dos músculos ciliares. O ponto
próximo (PP) afasta-se do globo ocular (d> 25 cm) , como na hipermetropia.
Essa anomalia denominada presbiopia (popularmente , vista cansada). Aquele que
tem presbiopia será um presbíope ou présbita. No início, um présbita não tem
problemas com a sua visão a longa distância , apenas tem dificuldades com a
leitura, bastando-lhe um óculos de lentes convergentes . Com o tempo, pode
ocorrer que o présbita comece a ter dificuldade com a visão de longa distância
também. Nesse caso a correção será feita
com lentes de distância focal diferente da primeira , o que o leva a usar um
par de óculo para perto e outro para longe , ou então lentes bifocais. De modo
geral , as duas lentes corretivas do hipermétrope são convergentes. Há
exceções.
Gravitação
Em 18
de Outubro de 1989 , o foguete Atlantis foi lançado da Terra , transportando a
nave exploratória Galileu, com destino a Júpiter. Porém , em vez de ir
diretamente a Júpiter , descreveu a trajetória passando mais duas vezes perto
da Terra e uma vez perto de Vênus. Por quê? Ao estudarmos as leis de Newton ,
tivemos oportunidade de mencionar que o Principia de Newton foi um formidável
sucesso. No entanto, a razão principal do impacto inicial de sua obra não foi o
conjunto das três leis do movimento. O que mais entusiasmou os cientistas foi a
maneira como ele conseguiu explicar os movimentos dos planetas a partir das
três leis do movimento e de outra lei por ele proposta : a Lei da Gravitação,
que apresentamos aqui. Na realidade , alguns aspectos dessa lei já haviam sido
intuídos por outros cientistas ; no entanto , nenhum deles fora capaz de
explicar os movimentos dos planetas. Apenas Newton desenvolveu o conhecimento
matemático necessário para fazê-lo. O objetivo principal desta parte é a
discussão da Lei da Gravitação de Newton , mas antes vamos apresentar as idéias
anteriores ao trabalho de Newton sobre os movimentos dos planetas. Aristóteles
propôs um modelo em que a Terra estaria no centro do Universo , e a Lua , o Sol
e os cinco planetas então conhecidos girariam em torno dela. No entanto , já na Antiguidade os astrônomos
perceberam que os planetas apresentavam "estranhos" movimentos . Em
certos momentos o planeta retorna ; Sua
trajetória parece dar um "laço", para depois voltar ao movimento
progressivo. Esse comportamento certamente não estava de acordo com o modelo de
Aristóteles. Foram tentados então outros modelos. Heráclides de Ponto (~388-310
a.C) propôs o movimento de rotação da Terra , a Aristarco de Samos (~310-230
a.C.) supôs o Sol em repouso e a Terra em torno do Sol (modelo heliocêntrico).
No entanto , essas idéias não foram apreciadas ; eram muito fortes as convicções
de uma Terra imóvel no centro do Universo. Assim, os modelos continuaram a ser
geocêntricos. Vários astrônomos trabalharam nesses modelos , sugerindo
alterações no modelo de Aristóteles. Todos esses trabalhos culminaram na obra
de Cláudio Ptolomeu (100-178 d.C.) , cujas teorias astronômicas foram expostas
numa obra denominada Almagesto (não se sabe exatamente o que , nessa obra , é
de autoria de Ptolomeu e o que é trabalho de outros cientistas). As primeiras modificações propostas pelo
Almagesto demonstra que cada planeta teria uma trajetória circular (epiciclo)
em torno de um ponto P (epicentro), o qual giraria ao longo de outra
circunferência (deferente), cujo centro estaria na Terra . Temos o sistema
completo, com os ico planetas então conhecidos , o Sol e a Lua. Saiba que para
o Sol e a Lua não há epiciclos neste modelo. E neste modelo, os planetas teriam
velocidades angulares diferentes. Ajustando-se essas velocidades , seria
possível reproduzir as trajetórias com movimentos retrógrados . Depois houve
necessidade de outras alterações mais
complexas. A Terra não estaria no centro das trajetórias dos epicentros
; esse centro seria o ponto E, chamado excêntrico , que estaria próximo da
Terra.
Nicolau Copérnico - Tycho Brahe E As Leis de Kepler
Copérnico nasceu na Polônia , mas
abandonou sua terra natal aos 23 anos , indo para a Itália, onde estudou
Direito e Astronomia. Ele propôs um sistema heliocêntrico, em que a Lua gira em
torno da Terra e os planetas em torno do Sol , em órbitas circulares ; além
disso , a Terra teria um movimento de rotação diário. Com esse sistema também
era possível explicar os movimentos retrógrados dos planetas . Porém , o
sistema de Copérnico não conseguia explicar perfeitamente o que era observado ,
e assim ele foi obrigado a acrescentar epiciclos e excêntricos , o que tornou o
seu sistema quase tão complicado quanto o de Ptolomeu. Essa complexidade ajudou
a dificultar a aceitação de seu sistema , que já despertava repulsa tanto de
católicos quanto de protestantes , pelo fato de tirar a Terra do centro do
Universo. Martinho Lutero , o fundador do protestantismo , escreveu em 1539:
"As pessoas estão dando ouvidos a um astrólogo estrangeiro que quis demonstrar
que é a Terra que gira e não os céus , o Sol e a Lua... Esse estúpido quer
mudar toda a ciência da Astronomia ; mas as Sagradas Escrituras dizem que Josué
ordenou que o Sol se detivesse , e não a Terra. " - (Apud Eugene Hecht.
Física em perspectiva. Wilmington: Addison-Wesley Ibero Americana , 1987.)
¤Tycho Brahe : Tycho Brahe nasceu
na Dinamarca , no mesmo ano em que nasceu Galileu , e é considerado o mais
eminente astrônomo a olho nu (o telescópio só foi inventado após sua morte).
Ele passou vinte anos efetuando medidas muito precisas das posições de estrelas
e planetas. Na realidade , seu interesse não era apenas científico ; ele usava
essas informações também para construir horóscopos , uma de suas atividades.
Brahe não aceitou o sistema de Copérnico nem o de Ptolomeu. Assim, propôs o
sistema em que a Terra estaria no centro do Universo , girando ao seu redor a
Lua e o Sol. Os planetas girariam em torno do Sol. O alemão Johannes Kepler
passou a trabalhar como assistente de Brahe no início de 1600 . Com a morte de
Brahe em 1601, Kepler foi nomeado para seu posto : matemático imperial. Kepler
passou então a analisar cuidadosamente as anotações de Brahe e , a partir de
1609, quando teve acesso aos primeiros telescópios , pôde fazer observações
mais precisas . A conclusões de Kepler estão reunidas em três leis , as duas
primeiras publicadas em 1609 e a terceira , em 1619.
Espalhamento E As Cores Do Céu e Do Sol
Só conseguimos enxergar um objeto
quando ele envia luz para nossos olhos. Portanto, não podemos ver um feixe de
luz " de lado" , mesmo que ele seja muito intenso . Vejamos , por
exemplo, o caso em que há uma lanterna acesa enviando luz para a direita.
Podemos ver a luz refletido pelo anteparo e pela superfície de apoio , mas não
vemos a luz entre a lanterna e o anteparo. Neste momento , talvez você esteja
pensando em várias situações em que , aparentemente , enxergamos a luz de lado.
A explicação é que pequenas partículas , como as partículas de poeira e de
poluição e moléculas de água misturadas no ar , espalham a luz ; isto é ,
quando a luz encontra essas partículas ela é espalhada em várias direções .
Assim, nessas situações , o que estamos vendo é a luz espalhada pelas
partículas , as quais nos indicam a trajetória seguida pelo feixe. Se o ar
estivesse totalmente limpo e seco, não veríamos o trajeto do feixe. O físico
inglês lorde Rayleigh (1842-1919) foi o primeiro a estudar com detalhes o espalhamento
da luz pela atmosfera terrestre. Ele mostrou que todas as cores são espalhadas;
porém , a intensidade desse espalhamento aumenta com a frequência da luz , isto
é , quanto maior frequência : a azul e a violeta. Como nosso olho é menos
sensível ao violeta , a mistura de todas essas luzes espalhadas produz nele a
sensação de azul ; por isso o céu é azul . Como a luz espalhada em todas as
direções , um astronauta que observa a Terra de longe também a verá azul. Se
não houvesse atmosfera , não haveria espalhamento da luz solar e o céu , visto
da Terra , seria negro. É o que acontece
, por exemplo, na Lua. Como consequência do espalhamento , a luz do Sol chega a
nossos olhos com pouco azul e pouco violeta , isto é , na luz solar que chega a
nossos olhos predominam as cores de frequências mais baixas ; isso faz com que
vejamos o Sol amarelado. Observando isso percebemos que , no nascer e no
pôr-do-sol , a luz solar atravessa uma camada maior de atmosfera que ao
meio-dia. Portanto , ao nascer e ao se pôr , o Sol apresenta um amarelo mais
forte que ao meio-dia. Se o ar estiver carregado de poluição ou vapor d'água ,
haverá um espalhamento maior das frequências mais altas e o Sol ficará
avermelhado.
A Morte Térmica E As Extrapolações Da Física Para Outras Áreas
O estabelecimento da Segunda Lei
da Termodinâmica causou certo alvoroço , não só entre os físicos como também
entre pensadores de outras áreas. Afinal de contas , essa lei previa um
desperdício (degradação) inevitável de energia mecânica. Em toda transformação
natural há aumento da desordem e uma parte da energia mecânica transforma-se em
calor. Com o tempo , toda a energia mecânica seria transformada em calor. O
calor fluiria das regiões mais quentes para as regiões mais frias , até que
todo o Universo estaria à mesma temperatura e num estado de desordem máxima. A
partir daí não haveria possibilidade de realização de trabalho e teríamos a
morte térmica do Universo. Essas considerações estimularam a imaginação de vários
escritores, como o inglês H. G. Wells (1866-1946) , em seu romance "A
Máquina do Tempo", e o francês Camille Flammarion (1842-1925) , no romance
"O Fim do Mundo". O estado da desordem máxima parece ser uma
consequência inevitável da Segunda Lei da Termodinâmica. Se isso vai ou não
ocorrer , não temos ainda certeza, por duas razões : primeira , não sabemos se
o Universo é finito ou infinito ; segunda , também não temos certeza de que as
leis da Termodinâmica sejam válidas nas regiões longínquas do Universo. De
qualquer maneira, se esse desastre realmente ocorrer , será somente daqui a
milhões de anos, o que ainda nos dá algum tempo para pensar no problema . A
história registra vários exemplos de situações em que pensadores tentam
transpor idéias da Física para as Ciências Humanas , o que é bastante
discutível. Uma dessas situações ocorreu com a Segunda Lei. Ao ser formulada ,
em 1850 , acabou por reforçar a onda de pessimismo que havia em alguns setores
da intelectualidade, tanto na Europa como nos Estados Unidos . O argumento era
que , assim como no mundo físico , a humanidade também se dirigia ,
inevitavelmente , para um estado de desordem máxima. Essa seria a explicação para a desintegração
social que , segundo esses intelectuais , estava ocorrendo. O historiador
americano Henry Adams (1838-1918) , pensando nesse aumento de desordem ,
escreveu uma obra intitulada "A Degradação Do Dogma Democrático".
Máquinas Térmicas E Poluição
As
Máquinas Térmicas Trouxeram Grande benefícios à humanidade. Porém, elas são
também produtoras de dois tipos de poluição : a atmosférica e a térmica. A
poluição atmosférica resulta da queima dos combustíveis fósseis, como o carvão,
a lenha , o gás , a gasolina , etc. , cujos resíduos são lançados na atmosfera.
No caso de automóveis , ônibus e caminhões , como a combustão é muito rápida ,
não há a queima total do combustível ; assim , são lançadas na atmosfera várias
substâncias tóxicas. Para diminuir esse efeito , nos últimos anos os veículos
têm sido equipados com dispositivos que reduzem essa emissão. Porém, mesmo que
a combustão seja completa , existe a liberação de CO2 , que absorve parte da
radiação infravermelha emitida pela Terra , causando o efeito estufa . Além dos
resíduos decorrentes da queima do combustível , as máquinas térmicas enviam
calor para o meio ambiente , aquecendo-o: é a poluição térmica. Esse efeito é
particularmente importante no caso das usinas termoelétricas , que produzem
energia elétrica a ser consumida pelas indústrias e residências. No Brasil, a
maioria das usinas elétricas usa a energia da água para mover os geradores de
eletricidade : são as hidroelétricas. No entanto, nos Estados Unidos e na
Europa , a maior parte da energia elétrica é produzida nas termoelétricas. Uma fonte de calor aquece a água da caldeira
, que se transforma em vapor. Esse vapor movimenta uma turbina , a qual por sua
vez faz movimentar o gerador que produzirá a energia elétrica. Esse mesmo vapor
é resfriado em um condensador , onde é transformado novamente em água líquida ,
a qual é bombeada de volta à caldeira. O resfriamento do vapor pode ser feito
usando-se a água de um rio ou de um lago , o que causa danos ecológicos. O
aquecimento da água , e a consequente diminuição do oxigênio nela dissolvido ,
altera as condições de vida de vários organismos que vivem nas águas , podendo
provocar o aumento de organismos patológicos , como , por exemplo, certos tipos
de bactérias. Outro modo de resfriar o vapor interno é utilizar a água contida
em torres . Essa água é , então, transformada em vapor , que é enviado para a
atmosfera , podendo vir a alterar o regime de chuvas. A produção de calor em
uma termoelétrica pode ser feita de dois modos : pela queima de combustíveis
fósseis (carvão, petróleo , gás), ou por meio de reações nucleares, como ocorre
nas usinas nucleares (por exemplo , as de Angra dos Reis, no Brasil). Nessas
usinas , a divisão de núcleos de urânio produz calor. No caso do combustível
fóssil, além da poluição térmica há a poluição atmosférica (resíduos da
combustão). No caso da usina nuclear ,
além da poluição térmica existe um problema muito sério : o lixo atômico. O que
chamamos de lixo atômico é o que resta após a divisão do urânio. Esse
"resto" emite radiações muito perigosas para os seres vivos , podendo
causar câncer e mutações genéticas. Por isso, o lixo atômico não pode ser simplesmente jogado em qualquer lugar ; tem
de ser guardado em lugares especiais que não deixem passar a radiação.
As Leis da Termodinâmica
A tendência natural é que o calor
passe de um corpo mais quente para um corpo mais frio. No entanto, em uma
geladeira ocorre o inverso : o calor vai de uma região fria (interior) para uma
região quente (exterior). Como se consegue isso? No século XVIII surgiram as
primeiras máquinas a vapor . Nelas , o vapor aquecido penetra num cilindro
empurrando um pistão, o qual produz o movimento desejado. Temos então a
transformação de calor em trabalho. Num
TREM , vemos uma reprodução da primeira máquina a vapor realmente eficiente ,
construída por James Watt em 1765 . Inicialmente essas máquinas foram usadas
para movimentar bombas que retiravam água das minas , mas depois começaram a
ser usadas na indústria , tendo desempenhado importante papel durante a
Revolução Industrial , que ocorreu aproximadamente no período entre 1760 e
1830. Mais tarde elas foram também utilizadas para movimentar locomotivas e
navios . A construção das máquinas a vapor e as tentativas de resolver os
problemas a isso relacionados é que impulsionaram o desenvolvimento da
Termologia no século XIX , embora os construtores , em sua maioria , não fossem
físicos. Watt , por exemplo, era construtor de ferramentas. Seu interesse pelas
máquinas a vapor surgiu quando foi chamado a consertar uma das primeiras
máquinas construídas , a de Thomas Newcomen. Foi também durante o século XIX
que o calor foi reconhecido como uma forma de energia e que foi estabelecido o
Princípio da Conservação da Energia. Nessa época , então, passou-se a usar o
termo Termodinâmica para designar o estudo das transformações : do calor em
trabalho e do trabalho em calor. Hoje , usamos a palavra Termodinâmica para
designar todo o estudo da Termologia , mas naquela época seu significado era
restrito. Os físicos desenvolveram a Termodinâmica com base em duas leis que
veremos a seguir. Porém , no século XX
percebeu-se a necessidade de uma terceira lei, que na realidade deveria vir
antes das duas leis já estabelecidas. Assim, essa terceira lei foi chamada de
Lei Zero Da Termodinâmica , que é a lei do equilíbrio térmico. As leis da
Termodinâmica , valem para quaisquer sistemas : sólidos , líquidos ou gasosos ;
entretanto vamos aplicá-las apenas ao caso mais simples : aquele em que o
sistema estudado é um gás ideal. Por isso , antes de apresentar a primeira
dessas leis , vamos comentar mais alguns fatos relacionados ao comportamento
dos gases ideais.
Física : Joule
James
Prescott Joule nasceu em 1818 , em Salford, Inglaterra . Filho de um próspero
cervejeiro , pôde dedicar-se a uma vida
de investigação, sem preocupar-se com dinheiro. Recebeu instrução em Matemática
, Filosofia e Química. Seu professor de Química foi o famoso John Dalton, um
dos fundadores da Química Moderna. Aos 20 anos , ao iniciar suas pesquisas
sobre o calor , estudou a conversão de energia elétrica em calor , aproveitando
os geradores elétricos que haviam sido inventados poucos anos antes. Em 1840 ,
obteve uma fórmula relacionando a produção de calor com o vapor da corrente
elétrica que passava por um fio. A seguir , passou a investigar a conversão de
outras formas de energia em calor . Passou água por pequenos orifícios para
aquecê-la por atrito, comprimiu e expandiu gases , e , por fim, realizou o mais
famoso experimento . Em todos os casos ,
calculou o trabalho realizado e o calor gerado , observando sempre uma
proporcionalidade entre ambos. Em 1850, foi aceito na Royal Society e nos anos
seguintes continuou suas pesquisas , auxiliado pelo jovem William Thomson, mais
tarde conhecido como Lorde Kelvin. Juntos realizaram trabalhos sobre o
comportamento dos gases. Realizou também experimentos em magnetismo , tendo
descoberto o fenômeno da magnetostrição , segundo o qual uma barra de fero
altera ligeiramente seu comprimento ao magnetizar-se. Joule morreu em Sale , no
ano de 1889.
O Termômetro Padrão
No
começo do século XIX , o inglês Humphry David (1778-1829) , depois de
cuidadosas experiências , mostrou que termômetros que usam líquidos diferentes
apresentam pequenas discrepâncias nas leituras da temperatura de um mesmo
corpo. Por exemplo, consideremos um termômetro de mercúrio e outro de tolueno ,
calibrados na escala Celsius , de modo a marcarem exatamente 0¤ C no ponto de
fusão do gelo e exatamente 100¤ C no ponto de ebulição da água (sob pressão
normal) . Podemos garantir que nesses dois pontos os dois termômetros darão a
mesma marcação ; no entanto , colocados em contato com outro corpo - como , por
exemplo, a água em um recipiente - cuja temperatura seja diferente de 0¤ C ou
100¤ C , é possível que suas marcações sejam levemente diferentes. Enquanto um
deles marca , por exemplo, 60¤ C , o outro pode marcar , por exemplo, 60,1¤ C.
Isso acontece porque não há proporcionalidade exata entre as dilatações dos
dois líquidos. Se os dois termômetros usam o mesmo líquido , esse problema não
aparece ; assim , é importante observar que as respostas dos exercícios de
mudança de escala que foi feita são apenas aproximadamente exatas , se os dois termômetros
comparados usam líquidos diferentes. A discrepância ocorre não apenas para
termômetros de líquido , mas para todos os termômetros baseados em substâncias
( ou propriedades) termométricas elétrica , poderemos notar pequenas diferenças
entre suas marcações (fora dos pontos usados para a calibração dos
termômetros). Devido às discrepâncias apontadas , tornou-se necessária a
escolha de um termômetro padrão. Essa escolha é , em princípio , arbitrária.
Mas , levando-se em conta o fato , já mencionado , de que os vários gases têm
comportamento térmico semelhante (quando sob baixas pressões e longe da
temperatura de liquefação), a escolha recaiu sobre o termômetro de gás a volume
constante. Esse termômetro é constituído pelo sistema do qual quando apontamos
a origem da escala Kelvin. Para esse termômetro , a grandeza termométrica usada
é a pressão do gás mantido a volume constante ; a cada valor de pressão
corresponde um valor de temperatura. Na
prática , o termômetro padrão não é muito cômodo de usar. Por isso , em geral
ele é utilizado em laboratórios de pesquisa e para calibrar outros termômetros.
A Escala Fahrenheit
Entre o final do século XVI
(quando foram construídos os primeiros termoscópios) e o início do século XVIII
, os pesquisadores que se preocupavam com a construção de termômetros eram em
geral médicos e meteorologistas , e não físicos. Havia também vários astrônomos
fazendo pesquisas nessa área , o que é fácil de entender , uma vez que as
condições climáticas afetam as observações astronômicas. Entre esses astrônomos
podemos citar o sueco Celsius e o dinamarquês Ole Roemer (1644-1710) , que
ficou famoso por apresentar , em 1676 , a primeira evidência decisiva de que a
velocidade da luz era finita (como veremos em Óptica). Roemer construiu vários termômetros abertos ,
usando como líquido diversos tipos de álcool. Ao criar uma escala de
temperaturas , procurou atribuir o grau zero à temperatura mais baixa que era
possível obter , para evitar essa temperatura com temperaturas negativas. Na
época , chegava-se a essa temperatura por meio de uma mistura de partes
proporcionais de gelo, água e determinado tipo de sal. Para a temperatura de ebulição da água ele
atribuiu o grau 60. Não é difícil imaginar por que esse número foi
escolhido , afinal o número 60 faz parte
do dia-a-dia dos astrônomos , que lidam bastante com medidas de ângulo e tempo.
Nessa escala , Roemer ainda marcou a temperatura de fusão do gelo (7,5 graus) e
a temperatura do corpo humano (22,5 graus). Daniel Gabriel Fahrenheit
(1686-1736) foi um físico alemão nascido na cidade de Danzig (que atualmente se
chama Gdansk e fica na Polônia) , que
vivia e desenvolvia seu trabalho científico na Holanda . Em 1708 , Fahrenheit
esteve na Dinamarca e visitou Roemer para conhecer seus trabalhos em
termometria. Ao voltar para a Holanda , passou a tentar aperfeiçoar os
termômetros de Roemer , tendo conseguido construir, por volta de 1717 , um
termômetro de mercúrio (no interior de vidro) mais preciso do que todos os
termômetros construídos até então.
Quanto à escala de temperaturas , Fahrenheit adotou inicialmente a
escala de Roemer , mas logo achou o intervalo entre um grau Roemer e outro
muito grande , e , para conseguir maior precisão , dividiu o grau Roemer por 4.
Assim, a temperatura de ebulição da água passou de 60 graus Roemer (60¤ R) para
240 graus Fahrenheit (240¤ F) , a temperatura de fusão do gelo passou de 7,5¤R
para 30¤ F , e a temperatura do corpo humano passou de 22,5¤ R para 90¤F. Porém
, Fahrenheit percebeu que esses números não eram coerentes ; eles haviam sido
obtidos por meio de termômetros não muito precisos usados pelo
dinamarquês. Fez , então , vários
ajustes ; um deles foi abaixar um pouco o 0¤R , usando na mistura gelo + água +
sal , um sal diferente do usado por Roemer . Após esses reajustes ele chegou à
escala Fahrenheit que conhecemos hoje:
¤ 0¤- mistura de gelo , água e
sal , sob pressão normal ;
¤ 32¤F - fusão de gelo sob
pressão normal ;
¤ 212¤ F - ebulição da água sob
pressão normal.
Assinar:
Postagens (Atom)