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terça-feira, 12 de maio de 2020

O Fim do Padrão Dólar-Ouro e o G8


Logo depois  da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos emergiram como líderes do bloco capitalista , oferecendo recursos financeiros para ajudar seus aliados europeus. Porém , não era somente por meio de empréstimos que os Estados Unidos exerciam seu domínio. Muitas empresas passaram a comprar tradicionais companhias europeias , pagando em dólares. Países como a França e o Reino Unido acabaram acumulando , assim , grandes reservas da moeda norte-americana e , pouco a pouco , começaram a trocá-la por ouro. Essa conversão dólar-ouro era possível graças ao Acordo de Bretton Woods. Graças à possibilidade de trocar dólar por ouro , diminuíram muito as reservas norte-americanas do metal , sobretudo na década de 1960 . Essa situação preocupava bastante o governo dos Estados Unidos. É preciso lembrar que , nesse período , os Estados Unidos gastaram muitos recursos tentando evitar que o socialismo avançasse no Sudeste Asiático. Um exemplo desses gastos foi a Guerra do Vietnã , que se estendeu de 1962 a 1975. Com esse grande volume de dólares no mercado , a moeda norte-americana perdia valor . Lembre-se : quanto maior a oferta de um produto , menor será o seu preço , mesmo se esse produto for uma moeda. Os países europeus perceberam que a moeda norte-americana perdia seu poder de compra. Ou seja , eram necessários mais dólares para comprar uma mesma quantidade de mercadorias. Diante disso , liderados pela França , começaram a trocar os dólares que possuíam por ouro , conforme estava previsto pelo Acordo de Bretton Woods. Consequentemente , as reservas de ouro dos Estados Unidos baixaram tanto que o presidente Richard Nixon foi forçado a romper o acordo em 1971, antes que as reservas de ouro de seu país se esgotassem. Muitos especialistas afirmam que a decisão de acabar com o padrão dólar ouro está ligada também à Guerra Fria , pois um dos países que mais produziam ouro na época era a União Soviética , superpotência rival dos Estados Unidos. O fato é que essa decisão criou um clima de forte tensão entre os Estados Unidos e os países capitalistas europeus. Para tentar solucionar o problema , forma iniciadas conversações informais entre a França , o Reino Unido , a Alemanha Ocidental e os Estados Unidos. Essas reuniões tornaram-se periódicas e passaram a contar com a presença de um quinto país , o Japão . Por isso , a reunião desses países ficou conhecida como reunião do G5 (Grupo dos Cinco). Em 1975, o Canadá e a Itália participaram também de um reunião oficial do G5. Desde então , o grupo ficou conhecido como G7 e se reúne anualmente. Nesses encontros são discutidos os principais assuntos de interesse mundial , como a questão do emprego , o desenvolvimento sustentável, o sistema bancário internacional , as dívidas externas dos países , a luta contra a Aids etc. Finalmente , em 1997 a Rússia foi oficialmente convidada a ingressar no grupo . Nascia , assim , o G8. Vale destacar que a presença da Rússia grupo não se deve à importância de sua economia , mas ao seu gigantesco arsenal atômico . Para os países capitalistas ricos , portanto , é necessário ter a Rússia como parceria , jamais como inimiga . Atualmente , um representante da União Europeia também participa das reuniões do G8. As reuniões do G8 são muito criticadas por intelectuais , ONGS e partidos políticos do mundo todo . Esses grupos afirmam que o G8 se preocupa apenas em manter sua hegemonia , isto é , seu domínio , ao invés de promover o desenvolvimento socioeconômico geral e o fim da pobreza. Apontam ainda a ausência de representantes dos países mais pobres , o que transforma essas reuniões numa simples troca de ideias  entre as grandes potências econômicas. Mas há também os que lembram que o G8 não tem mais o mesmo poder da época em que foi criado. De fato , países como a China , a Índia , o Brasil e a Coreia do Sul não integram esse grupo , apesar de apresentarem economias cada vez maiores e mais dinâmicas. 

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